Vão ser todos feministas nas escolas suecas

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Zara Kids Outono Inverno 2015.

Jovens suecos vão receber livro que explica por que é que todos devíamos ser feministas. Os professores vão poder discutir o tema.

Tudo começou como uma palestra TEDx em 2013, daquelas que se destinam a partilhar ideias que não devem ficar confinadas às gavetas. Chimamanda Ngozi Adichie, uma autora nigeriana, explicou por que é que ‘Todos Devíamos ser Feministas’. Palavras que acabaram por ser reunidas, um ano mais tarde, num livro com o mesmo título – e direito a edição também por cá – e que agora chega ainda mais longe, mais precisamente aos bancos das escolas suecas, onde será distribuído a todos os alunos.

“Este é o livro que eu gostaria que todos os meus colegas de escola tivessem lido quando eu tinha 16 anos”, diz a porta-voz do Lobby Feminista Sueco, Clara Berglund.

‘Alla Borde Vera Feminister’ é a tradução sueca que vai chegar às mãos de todos os jovens de 16 anos do país, sejam eles do sexo feminino ou masculino, cortesia de uma iniciativa do governo local e de várias organizações, como o Lobby Feminista Sueco. “Este é o livro que eu gostaria que todos os meus colegas de escola tivessem lido quando eu tinha 16 anos”, referiu a propósito, em comunicado, Clara Berglund, porta-voz da organização.

Mas afinal o que é que este livro tem? Nascer e crescer mulher num país como a Nigéria permitiram a Adichie abordar como ninguém as dificuldades e as consequências resultantes das diferenças de género que, mesmo nos países ditos civilizados, não deixaram de existir. Nele conta histórias da sua cidade natal, Lagos. Recorda quando, um dia, deu uma gorjeta a quem lhe estacionou o carro, tendo o agradecimento sido dirigido ao amigo, também ele do sexo masculino, que com ela se encontrava. Isto porque, explica, para aquele homem, o dinheiro de uma mulher só podia ter uma proveniência: vinha do homem que estava ao lado dela.

A nigeriana questiona também os que estão no poder, que considera que devem ser os mais criativos, mais inteligentes e não os mais fortes. “E não há hormonas para estes atributos.”

Ideias e princípios que as autoridades suecas esperam que sejam transmitidas aos jovens, numa fase da vida em que se preparam para grandes escolhas. A distribuição já começou numa escola da capital, Estocolmo, mas será no início de 2016 que a maioria os irá receber. Aos professores serão dadas guidelines para fomentar a discussão e a troca de ideias.