Volta ao mundo em família: “Estamos em Quioto”

quioto em família
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Na segunda etapa da nossa volta ao mundo em família partimos da Estação de Tóquio e seguimos viagem no ultra-rápido shinkansen, o “comboio-bala”, com destino a Quioto e a promessa de, duas horas e meia depois, estarmos a entrar no “verdadeiro Japão”. A quase 300 quilómetros por hora afastámo-nos da adrenalina e dos estímulos visuais constantes da vibrante capital japonesa e “aterrámos” na tranquilidade zen dos templos e jardins de uma cidade histórica.

Começámos pelas famosas e fotogénicas arcadas vermelhas espalhadas à volta de uma montanha. Fushimi-Inari Taisha foi a nossa porta de entrada em Quioto e não podíamos ter começado melhor. Enquanto a Mia dormia a sesta no carrinho percorremos parte dos milhares de toriis (portão tradicional japonês que assinala os santuários), oferecidos por crentes de todo o país, e onde estão escritos relatos de eventos importantes, mensagens com pedidos e desejos concretizados. Consta que, inicialmente, este santuário foi construído em honra dos deuses do arroz e do sake, a bebida típica japonesa. Brindemos a isso!


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Durante a viagem repeti várias vezes que gostava de voltar ao Japão na Primavera, quando as cerejeiras acordarem com o calor… Isto até ver o reluzente Kinkaku-ji, o Pavilhão Dourado, adormecido no meio de um lago e a brilhar por entre a neve. Nem a multidão que estava connosco beliscou um dos momentos mais bonitos que tivemos no Japão. E depois até apareceu o Sol.

Na Floresta de Bambu de Arashiyama as canas de bambu esguias dos dois lados, de tão altas, parecem formar um túnel natural dentro do qual caminhamos. A mágica floresta de bambu de Quioto é como uma flauta gigante e o vento sopra pelas árvores produzindo uma música nunca antes por nós ouvida. Escusado será dizer que, para este concerto multimédia de som, cor e movimento, os espectadores são mais que muitos…

A cerejeira mais famosa de Quioto, no centro do parque Maruyama, estava ainda despida dos botões cor-de-rosa quando a visitámos, por isso, a beleza do local fica por conta do desfile das muitas jovens japonesas vestidas com kimonos coloridos a fotografarem-se umas às outras num dia de Sol de Inverno.

O melhor dos templos e santuários do Japão são as pessoas que os procuram. Podemos passar horas a observar quem passa, ver os detalhes dos trajes coloridos, a forma como se fotografam, admirar-lhes a devoção, adivinhar-lhes os pedidos e as preces porque são universais: amor verdadeiro, talvez casar, um filho, saúde, a cura de um familiar ou de alguém querido, trabalho, protecção num exame da escola… Ficar a torcer de longe e assistir à sua reacção após a leitura de um “papel da fortuna” ou omikuji, como se diz aqui.

Depois de Quioto vamos seguir para o Sul do Japão, para uma ilha minúscula com árvores gigantes que parece saída de um conto de Sophia de Mello Breyner. Vêm connosco?