WikiLeaks revela milhares de emails que fragilizam Clinton

Hillary Clinton
Fotografia de Lucy Nicholson/Reuters

A WikiLeaks garante ter na sua posse cerca de 50 mil e-mails de John Podesta, diretor de campanha de Hillary Clinton. A maioria são de 2015 e referem-se a jogadas de bastidores da equipa da candidata democrata, avança a CNN. Desde segunda-feira já revelaram mais dois mil. Num dos mais polémicos, Podesta refere que o objetivo de uma campanha de Clinton é passar a ideia de que os candidatos republicanos são intragáveis.

“Forçar os candidatos republicanos a fecharem-se em posições extremamente conservadoras que os vão prejudicar numa eleição geral; Diminuir qualquer credibilidade/confiança” dos republicanos e tornar a situação confusa sempre que surjam “potenciais ataques” contra Hillary Clinton são as três estratégias delineadas pela equipa da candidata num dos e-mails que foi tornado público.


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Já noutro e-mail que John Podesta recebeu em setembro de 2015, um político do partido democrata sugere que se divulguem imagens de Hillary Clinton a brincar com a única neta que tinha na altura. “Uma boa dose de exposição de Hillary, a dar comida e a brincar com a sua querida neta seria uma grande ajuda para o público entendê-la melhor”, pode ler-se no e-mail divulgado pela WikiLeaks.

Julian Assange, diretor e fundador da WikiLeaks, anunciou que a organização ia divulgar informações importantes para as eleições norte-americanas alguns dias antes de o The Washington Post publicar um vídeo polémico de 2015 em que Donald Trump aparece a gabar-se e a ter um discurso sexista em relação às mulheres. Ainda assim, após a divulgação destes emails, os responsáveis pela campanha de Clinton acusaram Trump de estar a aliar-se ao presidente russo Vladimir Putin para fragilizar o partido democrata.

“É lamentável que a campanha de Trump esteja a festejar uma divulgação preparada por Vladimir Putin para interferir nestas eleições e isto aparece depois de Donald Trump ter defendido mais espionagem durante o verão. O timing demonstra que até Putin sabe que Trump teve um mau fim-de-semana e um mau debate”, criticou Glen Caplin, porta-voz da campanha de Clinton.