Cerca de 100 mil portugueses emigram anualmente

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As Nações Unidas indicam que existem cerca de 2,2 milhões de lusitanos que estão emigrados, com a maioria deles (1,5 milhões) na Europa. A tendência de saída do país natal caminha para a diminuição e ronda agora as cem mil por ano.

Em novembro, um estudo português indicava que o retrato-tipo do cientista português no estrangeiro era mulher, investigadora, doutorada da área das Ciências Naturais.

Estando presente em 84 países, o perfil aponta ainda para uma idade média de 36 anos e que passa, maioritariamente, 38 meses no Reino Unido. Mas esta é apenas uma face de uma moeda que indica que as mulheres têm estado a emigrar mais, não suplantando, ainda assim, os homens.

Olhando em detalhe para o relatório, o número de portugueses pelo mundo é de 2 266 735, segundo apontam as estimativas das Nações Unidas reunidas no relatório estatístico de 2017, divulgados neste mês, confirmando os valores que o Observatório para a Emigração já apontava em 2016.

Esta quinta-feira, 28 de dezembro, vão ser apresentadas os eixos gerais do relatório da emigração relativo ao ano de 2016. Quem o fará será o coordenador científico do Observatório da Emigração, Rui Pena Pires, na presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

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No verão, o Delas.pt publicou um especial sobre emigração e ouviu quatro mulheres, de espetro etário alargado, profissões distintas e histórias de vida completamente diferentes. Recorde o que dizem e pensam as portugueses que tiveram de sair do país.

Se Clara Silva lamentava a corrupção e vinca que isso lhe estava a arrefecer a vontade do regressar a Portugal, Bárbara, mais otimista, sonhava com um retorno e com projetos muito específicos: “o de construir uma espécie de retiro”.

Venezuela: o drama de um retorno a Portugal

História bem diferente tinha Catarina Barbosa. Aos 63 anos, vê-se “empurrada” pela segunda vez na vida para a migração. Aos 19 anos pisou a Venezuela pela primeira vez, juntando-se ao marido dois meses após o casamento, porque queria pôr termo a uma vida de escassez, no campo. Agora, já regressou ao país de origem. As razões: a violência e a crise politica no país a que se tem vindo a assistir no último ano.

Numa outra geração, Cristina Gouveia, de 59 anos, conta como a saúde a empurrou para o Brasil aos 19 anos, já casada. A vida tem corrido bem e, atualmente, não sonha com o regresso.

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