12% das mulheres até 34 anos nunca foi ao ginecologista. Vão ao Google

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[Fotografia: Charles Deluvio/Unsplash]

A saúde ginecológica é ponto essencial na saúde feminina, mas estudos indicam que uma em cada dez mulheres com idades entre os 24 e os 34 anos nunca foi a um ginecologista (12%), ainda que os especialistas, inclusivamente os de medicina geral e familiar e com o pelouro do planeamento familiar, recomendem a vigilância a partir da início da idade fértil, entre os 13 e os 15 anos. Mais: 14% afirmou não ter ido ao ginecologista nos últimos dois anos e quando são recomendados check-ups anuais.

Segundo um estudo norte-americano encomendado por uma empresa de produtos de saúde vaginal, as mulheres inquiridas dizem que, mesmo visitando um consultório, nunca o fazem sem ir primeiro ao chamado ‘dr.Google’, ao motor de busca de informação, e para procurar respostas médicas a questões verdadeiramente importantes.

A mesma análise levada a cabo pela empresa OnePoll e junto de duas mil mulheres norte-americanas, duas em cada cinco admitem, diante do especialista, ter ido ao Google quando sentiram desconforto ou sintomas de uma má saúde vaginal e ainda antes de marcarem a consulta. Em média, uma entrevistada pesquisa pela sua saúde vaginal em média quatro vezes por mês, o que totaliza cerca de três mil dúvidas colocadas ao ‘dr. Google’ na vida adulta de uma mulher.

Estas são as dúvidas mais comuns

Segundo a pesquisa, há três aspetos que são mais frequentemente perguntados online. Entre as inquiridas, 44% procurou por ‘corrimento vaginal’, 39% por ‘infeção por fungos’ e 37% por ‘odor vaginal’.

O estudo detetou ainda profundas e transversais falhas no conhecimento sobre elementos básicos da saúde vaginal como o pH, a forma como a alimentação ou o sexo desprotegido o altera. Aliás, a falta de conhecimento sobre estas matérias radica, para mais de metade dos entrevistados, para uma pobre educação sexual ou más experiências em fase escolar.

Das mulheres que acham que sua formação nesta matéria falhou, mais da metade (52%) refere que gostaria de ter aprendido mais sobre o prazer feminino, 48% considera que deveria ter sido investido mais tempo a conhecer a anatomia feminina.

Quatro em cada dez mulheres também reconhece que gostaria de ter uma compreensão mais aprofundada do ciclo menstrual “É claro que há uma lacuna de conhecimento para as mulheres no que diz respeito à saúde vaginal. Acredito que todas devem procurar abordar a saúde vaginal com mais confiança e menos medo ”, refere Jacqueline Walters, especialista em saúde e bem-estar da marca RepFresh, que encomendou o estudo.