13 momentos-chave do inferno de Theresa May

Entrou pela mão do Brexit, o mesmo que a levou a sair. Esta podia ser a síntese de um mandato de três anos da primeira-ministra britânica, Theresa May, que deixa esta sexta-feira, 7 de junho, o número 10 de Downing Street.

Um executivo que atravessou uma moção interna, uma moção de não confiança interposta pelos trabalhistas liderados por Jeremy Corbyn e três rejeições de um acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (processo conhecido por Brexit) e umas eleições antecipadas. Um mandato que também enfrentou ataques terroristas e ataques pessoais à própria ministra. Três anos a ferro e fogo que pode recordar em 13 momentos chave na galeria acima

Esta sexta-feira, Theresa May formaliza a demissão da liderança do partido Conservador anunciada em maio, desencadeando uma eleição interna para encontrar um sucessor. Enquanto primeira-ministra, mantém-se em funções até que esteja em posição de dizer à rainha Isabel II quem esta deve nomear como sucessor, na sequência da eleição no Partido Conservador.

O vencedor, enquanto líder do partido do Governo, torna-se também primeiro-ministro sem a necessidade de eleições legislativas. Este sufrágio interno está marcado, segundo notícias que datam do final do mês de maio, para 20 de julho.

Numa declaração à porta da residência oficial, em Downing Street, a 24 de maio, May reconheceu que o fracasso em aplicar o ‘Brexit’ determinou a sua decisão de se demitir. “É e será sempre motivo de profundo desgosto para mim não ter sido capaz de implementar o ‘Brexit’. Caberá ao meu sucessor encontrar um caminho que honre o resultado do referendo”, afirmou.

May disse ter feito o possível para convencer os deputados a aprovar o acordo que negociou com Bruxelas para fazer o Reino Unido sair da União Europeia UE, mas, “infelizmente”, não conseguiu. O documento foi chumbado três vezes na Câmara dos Comuns por margens elevadas devido, não só à divergência da oposição e dos deputados anti-‘Brexit’, mas também por causa da discórdia por vários eurocéticos do seu próprio partido.

“É claro agora para mim que é melhor para o país que um novo primeiro-ministro lidere esse processo”, acrescentou.

A chefe do governo pretendia fazer uma quarta tentativa esta semana, mas a proposta de permitir uma votação sobre um novo referendo motivou desentendimentos dentro do próprio governo, desencadeando a demissão da ministra para os assuntos parlamentares, Andrea Leadsom.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Tobby Melville/ Reuters

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