15 passos para se ser empreendedora e vencer barreiras de género

Ainda são múltiplos os bloqueios que as mulheres sentem – quando comparadas com os homens – na hora de abrirem um negócio ou de promoverem o seu autoemprego. De acordo com os dados apresentados pela União Europeia (UE), se as mulheres representam 52% do total populacional do “velho continente”, apenas “34,4% promoveram o seu próprio emprego e 30% criaram a sua start up.

Ora, para a UE, “a criatividade feminina e o potencial empreendedor são fontes de crescimento económico e de trabalhos que estão subexplorados” e, como tal, “deveriam ser mais desenvolvidos”.

Como é preciso saber o que combater, na galeria acima fique a conhecer algumas dicas sobre como criar a sua empresa do zero e como enfrentar as contrariedades. Sem nunca desistir.


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Para lá dos números, o Instituto Europeu para a Igualdade de Género lembra que aquelas estatísticas traduzem os obstáculos que mais bloqueiam o acesso das mulheres à constituição de empresas. Mais do que os homens.

As barreiras de género que ainda necessitam de ser esbatidas estão já identificadas e, entre elas, elencam-se a maior dificuldade no acesso a financiamento, acesso à informação, formação, acesso às redes para propósitos negociais e a conciliação trabalho/casa.

Estes são alguns dos argumentos que levaram à criação do Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, que se assinala este domingo, 19 de novembro. Estabelecido pelas Nações Unidas em 2014, o objetivo tem sido o de dar as ferramentas de empoderadamento e capacitação às mulheres, com especial destaque para a componente económica.

Empresas das mulheres são em menor escala e em áreas limitadas

Os dados acabam por refletir uma realidade que é muito semelhante um pouco por toda a parte. De acordo com o que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) tem avançado, os países que integram esta estrutura têm evoluído e mudado muito pouco nesta matéria. “A proporção das mulheres que lidera negócios está nos 30% face ao total de número de empresas. Quando elas criam as suas companhias, elas fazem-no em menor escala que os homens e numa área setorial limitada”.


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A disparidade salarial também deixa rasto. De acordo com os mesmos indicadores, “as mulheres que promovem o seu autoemprego ganham menos 30 a 40% do que os colegas masculinos. A desigualdade salarial, neste campo, está nos 45% nos países da UE”.

Portuguesas lideram quase em um terço das empresas

Em 28,5% das companhias em Portugal, o cargo máximo conjugava-se no feminino. Uma percentagem que tem lugar num universo em que as portuguesas representam 42,2% do total de força laboral nacional. Estes eram os dados avançados em 2016, face a 2015, e que relatavam um aumento de mais de 5% face a 2011.


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O estudo partia, então, da empresa Informa D&B e trazia um dado curioso relativo às empresas mais jovens: nestas, a “proporção de mulheres no topo” era “maior”, sendo que nas start ups haveria um maior predomínio de gestão (35,2%) e de liderança (32,3%) nas mãos de mulheres, mas ainda longe da igualdade.

De acordo com esta mesma investigação, intitulada Presença feminina nas empresas em Portugal, as companhias lideradas por elas mostravam “mais equipas de gestão mista (58,8% vs. 40,3% nas empresas lideradas por homens)”.

Os dados apresentados na cimeira da tecnologia e empreendimento Web Summit, que teve lugar em novembro (e que pode ler aqui) também falam em aumento de presença feminina, mas em percentagens mais tímidas. De acordo com a Crunchbase, “oito das 100 firmas admitiram uma mulher pela primeira vez” no último ano e meio, segundo declarou Alexandra Mack, a chefe de ‘marketing’ da empresa que detém a autoria desta investigação.

Se o rácio está nos 8%, antes a percentagem de mulheres parceiras nas empresas situava-se nos 7%. “Dezasseis pequenos fundos foram fundados por mulheres nos últimos três anos, o que representa 21% das novas firmas criadas nesta categoria”, aponta o estudo.


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Na mesma apresentação, Alexandra Mack referiu que “as empresas de capital que contam com mulheres tendem a investir mais em start-ups criadas por mulheres”.

Susana Quintana-Plaza, investigadora que também olhou para estes dados naquela ocasião, considerou que as duas razões que levam a que elas não tenham sucesso na indústria da tecnologia passam pelo facto de elas “não serem instadas a ter mais confiança e tomarem mais riscos”, ao contrário do que acontece com os homens, que “tendem a ser mais confiantes e agressivos, o que tem influência quando chega a hora de serem contratados”.

 

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