18% das portuguesas vivem com menos que o salário mínimo

As portuguesas em idade laboral e em famílias monoparentais compõem a maior fatia do perfil de pobreza e exclusão social, estando à frente dos homens, uma realidade que se mantém em território nacional. Falamos de 24% de mulheres que arriscam a exclusão social (face a 22,5% dos homens), sendo que 18% de cidadãs estão mesmo em risco de pobreza monetária, ou seja, auferem até 453,6 euros mensais.

Estes são alguns dos dados referentes a 2017 e revelados pelo Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza, no Dia Internacional de Erradicação da Pobreza e Exclusão, que se assinala esta quarta-feira, 17 de outubro.

Segundo o mesmo organismo, o limiar da pobreza atinge quase metade (43,3%) das famílias monoparentais com duas ou três crianças a cargo, 42,9% com agregados compostos por dois adultos e três ou mais crianças e 31% dos adultos que vivem sozinhos. Valores que demonstram que, no global, a falta de recursos e condições de vida atingem 2 milhões e 400 mil portugueses (23,3%), colocando Portugal como o 11ª país face a 26 estados-membros.

E se os desempregados estão em maior risco de pobreza e exclusão social (58,5%), certo é que 13,3% das pessoas empregadas, com rendimentos, estão em iguais circunstâncias. Ou seja, mesmo trabalhando não auferem o suficiente para escapar desta realidade.

Cerca de meio milhão de portugueses em risco de pobreza monetária

“Os grupos vulneráveis são os mesmos: mais mulheres do que homens, mais crianças do que adultos e em famílias monoparentais com duas ou mais crianças, bem como os que vivem sozinhos”, refere a mesma fonte oficial ao Delas.pt.

Há, contudo, uma fatia de população que preocupa, em particular, os investigadores do Observatório: “10,8% das pessoas que trabalham estão em risco de pobreza monetária, sendo que este valor aumenta se se tratar de independentes”, auferindo menos de 453 euros mensais, os tais 5443 euros anuais”.

Ora, de acordo com as contas do Delas.pt, (neste caso aplicam-se os dados de 2016 por via da conclusão do ano fiscal), falamos de 497 mil 350 trabalhadores. Isto porque, em 2016, a plataforma de estatística Pordata indicava a existência de 4 milhões 605 mil pessoas a exercer uma atividade.

Imagem de destaque: Shutterstock

Um quarto da população portuguesa em risco de pobreza

Risco de pobreza continua mais elevado para mulheres