22% das mulheres angolanas vivem numa relação polígama

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A women walks at a market in Luanda, August 25, 2012. REUTERS/Siphiwe Sibeko (ANGOLA - Tags: SOCIETY) - RTR374CU

Um total de 22 em cada 100 mulheres angolanas assume viver numa união polígama, com um homem e várias companheiras, fenómeno que se verifica sobretudo nas áreas rurais, conclui o relatório final do Inquérito de Indicadores Múltiplos de Saúde (IIMS) 2015/2016.

De acordo com os dados do estudo, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano e consultado hoje pela Lusa, a relação polígama é mais assumida pelas mulheres (22%), enquanto apenas 8% dos homens “declararam ter duas esposas ou mais”.

“À medida que o nível socioeconómico aumenta, diminui a poligamia”, reconhece o IIMS, acrescentando que a percentagem de mulheres “com uma ou mais coesposas aumenta com a idade”. Varia de 9% entre as mulheres de 15 a 19 anos e 33% entre as mulheres de 45 a 49 anos.

Além disso, a percentagem de mulheres com, pelo menos, uma coesposa é maior nas áreas rurais (29%) do que nas áreas urbanas (18%) e as mulheres com menor nível de escolaridade “são mais propensas a ter coesposas”, já que 28% das que declararam não ter escolaridade assumiram ter uma ou mais coesposas, contra 13% das mulheres com nível secundário ou superior.

O estudo reconhece igualmente que a percentagem de mulheres em uniões poligâmicas varia consoante a província, sendo mais baixa em Luanda (14%) e na Lunda Norte (13%), e mais elevada no Cuanza Norte (42%).

No caso dos homens, o IIMS aponta que o número de esposas “aumenta com a idade”, ou seja, varia de 2% nos homens de 20 a 24 anos, para 14% entre os 45 e os 49 anos.
Os resultados do IIMS 2015/2016 mostram que 55% das mulheres e 48% dos homens, entre os 15 e os 49 anos, são casados ou vivem em união de facto. Por outro lado, 92% dos homens casados ou em união de facto declararam ter apenas uma esposa e 8% declararam ter duas esposas ou mais.
Em média, as mulheres angolanas têm a primeira relação sexual aos 16,6 anos, enquanto os homens aos 16,4 anos.


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Imagem de destaque:REUTERS/Siphiwe Sibeko