O que fazer com os desenhos das crianças

Untitled design (7)

Sem ideias sobre o que fazer com as explosões de criatividade do seu pequeno Picasso? Nós ajudamos

Se é mãe, sabe bem do que estamos a falar. O primeiro período do ano escolar está prestes a terminar e, a esta altura, já se amontoam de forma desalinhada uma série de obras de arte dignas do Louvre na porta do frigorífico lá de casa – sem contar com as que já transitaram do ano anterior. As crianças adoram desenhar, pintar, criar e inventar – e os pais adoram pendurar e exibir com orgulho a mais pequena expressão artística dos filhos. Mas as paredes da cozinha ainda não são infinitas… Descobrimos através do New York Metro Parents algumas ideias simples e brilhantes para organizar e preservar os trabalhos do seu filho, e ainda para incluí-los justamente na decoração da casa. Tudo para honrar a veia artística dos pequenos Picassos.

Um quarto-museu

Quer dar o merecido destaque às obras de arte favoritas do seu filho? Primeiro, coloque nas mãos dele o poder de decisão, ou seja, deixe-o escolher os trabalhos que quer exibir. Depois, basta delimitar na parede do quarto dele um espaço para o efeito e pendurar molduras vazias, de tamanhos e cores diversas. Depois, dê-lhe fita-cola ou massa adesiva e deixe que ele mesmo coloque os desenhos que escolheu dentro de cada uma delas. Ao longo do tempo a criança pode facilmente por e tirar os que quiser, dar mais destaque aos mais recentes e retirar os mais antigos, dando rotatividade aos trabalhos e dinamizando assim a decoração do quarto de forma fácil e rápida.

Outra forma divertida de dar mais cor ao quarto do seu filho através dos desenhos é pendurar na parede alguns fios ou arame colorido e usar pequenas molas de madeira para os segurar, numa espécie de estendal da arte.

Sem espaço? Sem problema!

Casas e divisões pequenas não são impedimento. O essencial é definir o espaço que tem disponível na parede e que quer reservar para este efeito, e não quebrar esses limites. Ter uma área finita destinada à exposição das pinturas irá obriga-la a ser mais seletiva e a distinguir quais os trabalhos que deve/pode guardar, daqueles que poderá reciclar. E não se sinta culpada: a não ser que seja um projeto especial ou algo relativo a uma ocasião específica, é muito natural que o seu filho nem sequer lhe dê muita importância, sobretudo porque a enxurrada de exemplares destas pequenas máquinas de criar tende a ser constante (amanhã já terá mais 10 desenhos parecidos para decidir onde colocar).

Explique ao seu filho a importância de reciclar alguns dos seus desenhos, ao invés de os deitar fora – aproveite a oportunidade para introduzir ou realçar o tema da reciclagem. Mas atenção: não se esqueça de incluir a criança no processo de seleção e pedir a sua opinião sobre o que se pode reciclar e o que se deve arquivar. Participar nesta escolha é também um bom exercício para a criança praticar a sua habilidade na toma de decisões, algo que será muito útil ao longo da sua vida.

Caso não tenha mesmo coragem de reciclar ou deitar fora os trabalhos do seu filho, tem sempre a opção de os oferecer aos familiares mais próximos. Além de libertar espaço na sua casa, esta é uma forma de estreitar os laços entre o seu filho e avós, tios, primos, etc.

“Ciberarte”

Atualmente existem diversas formas de armazenar as obras de arte do seu filho na internet. Uma das aplicações muito úteis é a Keepy, que lhe permite guardar numa cloud de forma intemporal os trabalhos do seu filho, por ordem cronológica, sejam eles projetos caseiros ou escolares, mantendo a exposição privada ou partilhando-a com quem desejar. É uma forma fantástica de manter o registo de todos os desenhos do seu filho sem ter de lidar com os problemas de espaço e logística, mantendo-os intactos e “à mão” sempre que se sentir nostálgica e quiser revê-los.

Outra aplicação interessante é a Art My Kid Made, que funciona como uma espécie de Instagram para expor a criatividade das crianças. Basta tirar uma foto do trabalho, carregá-la, adicionar um tag e partilhá-la. A app também permite a partilha direta da foto noutras redes sociais, e inclui ainda uma opção para imprimir. É muito fácil aliar-se ao mundo da tecnologia e tornar a arte do seu filho parte do universo cibernético.

E quando expor não é opção?

Pode não querer de todo construir um museu dos trabalhos do seu filho pelas paredes da casa. Ou pode ter imensa boa vontade, mas também três filhos que são autênticos Van Gogh e não lhe permitem dispor de tanto espaço. Ou, depois de algum tempo, pode simplesmente apetecer-lhe mudar a decoração e retirar aqueles desenhos da parede, de vez, ou para os substituir por outros. Aí, tem outras opções – além da já referida reciclagem.

Pode, por exemplo, arquivar tudo em dossiês, dentro de capas plásticas, devidamente etiquetado e organizado por datas. É uma solução rápida e que lhe dá a possibilidade de poder mais tarde folheá-los e apreciar a evolução criativa do seu filho ao longo dos anos.

Outra sugestão passa por organizar todas as folhas, fazer colagens, misturas e combinações de pinturas e desenhos, escolher e decorar uma capa com o nome do seu filho e mandar encadernar numa gráfica, de forma a construir um livro.

Mas, se o problema principal continua a ser a falta de espaço, há algo que nunca falha: o arquivo digital. Nada mais fácil do que tirar fotos dos trabalhos e organizá-los em pastas no seu computador, ou mesmo coloca-las na moldura digital que tem na sua sala.

E quando os projetos não se resumem a uma simples (e milimétrica) folha de papel, e se tornam objetos volumosos que não ajudam à logística decorativa da sala ou do quarto, nem tão pouco cabem dentro de um dossiê, a solução mais eficaz passa novamente pela fotografia. Tire uma foto do seu filho ao lado da sua obra de arte, e depois armazene o objeto (na arrecadação ou na garagem, por exemplo). Depois de alguns meses, caso a criança não note a sua falta, então pode avançar, sem medos, para a reciclagem. Depois disto, o importante é que a criança perceba que, em nome da organização e da logística funcional de uma casa, nem tudo pode ser guardado e por vezes há que ser seletivo – sem prejuízo para os seus dotes e competências de artista.

Carmen Saraiva