E o prémio para a cidade portuguesa com mais igualdade vai para:

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Como dizia a única primeira-ministra portuguesa Maria de Lourdes Pintasilgo: “Se queremos um futuro melhor, o futuro começa agora e está nas nossas mãos.” E é nesse sentido que foi criada pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), a iniciativa bienal que visa distinguir os municípios com melhores práticas no que toca à Igualdade de Género, Cidadania e Não Discriminação. Abrantes, mais uma vez, provou ser a cidade mais ativa e por isso é reconhecida com o Prémio Viver em Igualdade.

O segredo de tal sucesso, segundo a autarquia, consiste na vontade de ultrapassar desigualdades como a sub-representação feminina nos órgãos de decisão política e económica; as diferenças de rendimento entre homens e mulheres; a permanência das mulheres nos grupos populacionais mais pobres, a menor participação dos homens na esfera familiar face às mulheres (ao nível das tarefas domésticas e do cuidado a pessoas dependentes) e as altas taxas de desemprego feminino qualificado.

O segredo de Abrantes

Segundo a vereadora Celeste Simão, “a Câmara de Abrantes tem vindo a realizar um trabalho contínuo sobretudo através de programas de incentivo financeiro para as atividades associativas ao nível da intervenção social, cultural, desportiva e da juventude”. O município também tem apoiado os mais desfavorecidos, pessoas isoladas, com mobilidade reduzida, vítimas de violência ou minorias étnicas. Relativamente aos seniores, incentiva a sua atividade física e melhorou a sua acessibilidade às principais zonas comerciais e de serviços, além de ter desenvolvido ações de formação e disponibilização de informação online”.

Estas iniciativas integram um plano municipal, em vigor até ao ano de 2020, que é já reconhecido pela Secretaria de Estado da Igualdade.

Ações de género positivo

Como não basta que as ideias fiquem apenas no papel, “também realizamos iniciativas internas promotoras de bem-estar, à semelhança de rastreios de nutrição, estomatologia e oftalmologia e atividade desportiva, além da promoção de workshops de “coaching parental”, entre outras, que favoreçam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”, explica a vereadora.

Em paralelo, as munícipes têm informação facilitada sobre legislação, direitos e deveres referentes à parentalidade, paridade, direito do trabalho e da família, através do portal do município.

Já que vida familiar anda de mãos dadas com a profissional, Abrantes promove igualmente ações de formação e de desenvolvimento com agentes da rede social, comunidade escolar, Centros de Formação Profissional, Associações Empresariais e Sindicais, empresas e comunidade em geral que sensibilizem para a integração de políticas de responsabilidade social, conciliação familiar e de igualdade de género. Afinal de contas não basta saber a cartilha, há que a colocar em prática.

De referir que sete outros municípios foram também elogiados pelas suas boas práticas: Alfândega da Fé; Cascais; Lagoa (Algarve); Lisboa; Odivelas; Oliveira de Azeméis e Póvoa de Lanhoso. Aos municípios de Amadora, Fafe, Figueira da Foz, Horta (Açores), Mirandela, Madalena (Açores), Câmara de Lobos (Madeira), Santarém, Sever do Vouga, Vila Franca de Xira, Vila do Conde, Vila do Porto (Açores) e Vila Verde foi atribuída uma menção honrosa.

O júri que avaliou as propostas é constituído por Virgínia Ferreira, professora e investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Ana Costa, do GRAAL em representação do Conselho Consultivo da CIG e Rosa Oliveira da CIG.