Shirley MacLaine, atriz norte-americana que nasceu em 1934, contou em entrevista o que a fez ter êxito ao longo dos mais de 60 anos de carreira. Numa indústria que ainda hoje pode tentar causar mais dificuldades às mulheres, MacLaine conquistou Hollywood sendo autêntica e gostando de si própria.
“Desde o início que decidi que ia ser a minha rapariga”, começou por explicar à ‘Vanity Fair’, rejeitando a ideia de ter de se aproximar de figuras mais mediáticas, e com que se deu ao longo dos anos, para conseguir aprovação. “Esse tem sido o meu guia… Não é que eu tenha chamado a atenção de toda a gente. Mas chamei a minha própria atenção, o que em determinada altura pode ter sido definido como egoísta ou individualista.”
A atriz contou ainda como a educação e a personalidade dos pais contribuíram para a construção da sua confiança. O pai de MacLaine, um “intelectual formado em psicologia e filosofia, não viveu de acordo com o seu potencial”, referiu. “Eu queria fazer tudo aquilo que eles não conseguiram.”
Já a mãe da atriz foi quem a fez encontrar com a sua “grande salvação”, o ballet. “Eu tinha tornozelos fracos e a minha mãe disse-me que fazia bem ir para uma escola de dança. Eu adorava música. E adorava a disciplina, a forma como se tinha de aguentar na posição correta para não nos magoarmos.”
Shirley MacLaine sublinhou ainda a relevância que as aulas de dança, que começou a frequentar aos três anos, tiveram e continuam a ter na sua vida. “Estou a aprender, à medida que vou envelhecendo, os efeitos que a disciplina, a arte e a espiritualidade física de ser bailarina representam. Se me perguntarem qual é a minha identidade verdadeira, é a de uma bailarina muito curiosa e espiritual”, concluiu.
A atriz venceu um Óscar em 1983, com o filme ‘Laços de Ternura’ e reuniu quatro nomeações para melhor atriz principal ao longo da carreira.
