Neste bairro a arte urbana e os palácios são bons vizinhos

Há um bairro em Lisboa onde basta atravessar a estrada para viajar no tempo por diferentes séculos. Entre os palácios, quintas e igrejas do Paço do Lumiar e a arte urbana contemporânea das paredes dos prédios da Musgueira distam apenas algumas ruas e um dos eixos mais movimentados da cidade: a Calçada de Carriche.

Esta é uma das “cicatrizes” do Lumiar, área que o LisbonWeek quer unir e apresentar, a lisboetas e não só, como um espaço de vivências e experiências tão distintas como complementares.

Sob o lema “Cada Bairro, Uma Cidade”, a quarta edição deste projeto é dedicada a esta freguesia da cidade de Lisboa e arranca já este sábado, 25 de março, com uma série de iniciativas que decorrem até 2 de abril.

Visitas culturais, em alguns casos a espaços que não costumam estar abertos ao público, circuitos de arte urbana, passeios medidativos na natureza e uma vasta programação cultural, feita de exposições, debates, cinema e música com artistas da freguesia são as propostas do LisbonWeek para dar a conhecer ou a redescobrir essa zona.

Situado junto ao concelho de Odivelas, o Lumiar é atravessado por alamedas, calçadas e outros eixos rodoviários que criam áreas com arquiteturas, vivências e realidades sociais diversas.

Na freguesia inserem-se algumas das zonas mais abastadas da cidade, como Telheiras, e das mais desfavorecidas, como a Musgueira ou Alta de Lisboa. Mas ela alberga também o Paço do Lumiar, onde se encontram antigos palácios, que são hoje museus ou colégios, e a envolvente à Alameda das Linhas de Torres, onde estão os serviços, hospitais, prédios de habitação e o que ainda resta das quintas que dominaram a zona até ao século XX, como a Quinta das Conchas e a Quintas dos Lilases, convertidas, entretanto, numa das maiores áreas verdes da capital.

Destaques do programa
Para ligar toda estas variantes do bairro, o LisbonWeek contempla visitas aos palácios do Lumiar, atualmente, ocupados pelos Museus Nacional do Traje e do Teatro e da Dança e ao Parque Botânico Monteiro-Mor, que une os dois edifícios, bem como visitas guiadas de autocarro a igrejas e conventos de diferentes épocas e às diversas quintas da zona.

A estas junta-se o circuito de arte urbana composto por intervenções feitas para o Lisbon Week que ficarão de forma permanente nas ruas do bairro. Ou seja, a pintura do argentino Filipe Pantone junto aos antigos estúdios da Tobis, o trabalho do artista português Francisco Vidal com os alunos do Centro Social da Musgueira, na Alameda da Música, os bonecos de Robert Panda, no Jardim de Telheiras ou a renovada intervenção de RAF na Rotunda do Eixo Central.

As obras podem ser vistas num passeio de autocarro, de duas horas, que mostrará também outros trabalhos de arte urbana na freguesia, da autoria de artistas como Vihls, Vanessa Teodoro ou Ricardo Guerreiro.

Na nossa fotogaleria, pode ver algumas delas.

Para conhecer os detalhes da programação do LisbonWeek clique neste link.