A antiga atleta e a mãe de sete. Lagarde e Ursula, as mulheres para a difícil Europa

Largarde Ursula Fotografia EPA e Reuters
Christine Lagarde e Ursula von der Leyen [Fotografia: montagem EPA/REUTERS]

Christine Lagarde, 63 anos, não configura um rosto novo para os portugueses. A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de ser nomeada para o Banco Central Europeu (bce), sucedendo ao italiano Mario Draghi.

Já a eventual presidente da Comissão Europeia não podia ser a escolha mais surpreendente: Ursula von der Leyen, com 60 anos, não só é uma desconhecida em Portugal, como também era na Europa até terça-feira, 2 de julho. A ministra da Defesa do executivo da chanceler alemã Angela Merkel emergiu como o nome conciliatório e após maratona negocial de três dias.

Mas estas escolhas – a par de Charles Michel para o Conselho Europeu e de Manfred Weber e Sergei Stanishev para a presidência do Parlamento Europeu – ainda têm de ser aprovada por Estrasburgo.

Mãe de sete pode assumir Comissão

Poder-se-ia dizer que negociação é com ela. Uma vez aprovada a nomeação, a futura presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen é mãe de sete filhos. Apontada para suceder no cargo ao luxemburguês Jean-Claude Juncker, a médica de formação tem sido a ministra da Defesa de Merkel nos últimos dois executivos, tendo sido vista, durante algum tempo, como a natural sucessora à chanceler frente ao partido democrata-cristão alemão CDU.

Ursula von der Leyen [Fotografia: Hannibal Hanschke/Reuters]
Ursula von der Leyen [Fotografia: Hannibal Hanschke/Reuters]

Ursula von der Leyen conquistou a pulso a sua reputação junto das Forças Armadas alemãs, mas tem vindo a enfrentar sucessivos escândalos, dos quais agora se pode distanciar caso o seu nome seja aprovado.

Entre o histórico de conquistas, está a guerra que travou com a ala mais conservadora do seu partido quando passou pela pasta dos Assuntos Familiares e Juventude (2005-2009) e criou uma rede nacional de creches. Francófona, tem sido apreciada por Paris, nomeadamente por causa da boa cooperação Paris-Berlim em questões de defesa.

A primeira mulher dos cargos

Menos desconhecida do grande público, a francesa Christine Lagarde assume o cargo de primeira mulher à frente do Banco Europeu, saindo do FMI.

Christine Lagarde [Fotografia: Julien Warnand/EPA]
Christine Lagarde [Fotografia: Julien Warnand/EPA]

Ser a primeira mulher parece ser, exatamente, um ponto central o currículo desta advogada: foi-o como diretora de uma grande empresa norte-americana de advogados, como ministra das Finanças, em França, e mais recentemente aos comandos do FMI. Com 63 anos, divorciada e mãe de dois filhos, a antiga campeã de natação sincronizada e advogada é, atualmente, uma das principais figuras da alta finança mundial.

Lagarde já disse estar “muito honrada por ter sido nomeada para a presidência” do BCE e explicou, no mesmo comunicado emitido na terça-feira, 2 de julho, que decidiu “deixar temporariamente as funções de DG (diretora-geral) do FMI durante o período de nomeação”.

[Em atualização]

Imagem de destaque: EPA e Reuters

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