A cada 3 minutos uma rapariga no mundo é infetada com VIH

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Fotografia: Shutterstock

A cada três minutos uma rapariga foi infetada com SIDA em 2017, revela o mais recente relatório da UNICEF sobre a doença, apresentado esta quarta-feira, 25 de julho, em Amesterdão, Holanda, onde decorre a 22ª. edição da Conferência Internacional sobre a SIDA.

O documento tem como título ‘Mulheres: No centro da resposta ao VIH para crianças’ e mostra que entre os cerca de 30 jovens, com idades dos 15 aos 19 anos, infetados com VIH/SIDA a cada hora de 2017, dois terços são raparigas. Na prática, a cada três minutos uma adolescente foi infetada.

A UNICEF considera que o facto de não se ter conseguido chegar a estes jovens está a desacelerar o progresso alcançado no mundo nas últimas décadas na luta contra a epidemia.

Citada pela agência Lusa, Henrietta Fore, diretora executiva da UNICEF, diz que os números identificam “uma crise de saúde mas também uma crise de ação”, e acrescenta que, “na maioria dos países, mulheres e raparigas não têm acesso a informação, a serviços ou até mesmo o poder de dizer ‘não’ a sexo desprotegido”.

Entre as razões para a propagação da epidemia ser superior entre as raparigas, estão, segundo a UNICEF, a prática de sexo precoce, relações sexuais forçadas, “a incapacidade de [a rapariga] ter uma voz em assuntos relacionados com sexo e a falta de acesso a aconselhamento e serviços de despistagem confidenciais”.

O relatório sublinha que, no ano passado, morreram de SIDA 130 mil crianças e adolescentes com 19 anos ou menos, enquanto 430 mil foram infetados.

Os adolescentes entre os 10 e os 19 anos são quase dois terços dos três milhões de crianças e jovens (entre os 0 e os 19 anos) que vivem com VIH.

Outro dos dados preocupantes do relatório salienta que apesar do número de mortes ter diminuído em quase todos os grupos etários, o mesmo não acontece com o grupo de adolescentes dos 15 aos 19 anos.

Progressos no combate à SIDA

A UNICEF, com a agência das Nações Unidas de combate à sida, ONUSIDA, e outros parceiros, lançou iniciativas destinadas aos adolescentes, uma delas destinada a jovens de 25 países com mais casos de infeções e outra destinada a reduzir o número de novas infeções.

Estas iniciativas, e outras antes, levaram a um “sucesso significativo na prevenção da transmissão do VIH de mãe-para-filho”, indica o relatório, segundo o qual o número de novas infeções entre crianças dos 0 aos 04 anos caiu um terço entre 2010 e 2017.

Atualmente, quatro em cada cinco mulheres grávidas com VIH têm acesso a tratamentos. Na região da África Austral, durante muito tempo das zonas mais afetadas, o Botsuana e a África do Sul têm agora taxas de transmissão de mãe-para-filho de apenas de 5%, e mais de 90% das mulheres com VIH estão em tratamento.

AT com Lusa

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