A cadeira vazia de Marcelo Rebelo de Sousa, os jovens talentos e a moda que se vende

“The show must go on” (‘o espetáculo tem de continuar’) já cantavam os Queen. A ModaLisboa seguiu o conselho ao apagar as luzes e começar o desfile do Sangue Novo com as cadeiras reservadas para Marcelo Rebelo de Sousa e a sua comitiva vazias. Todos esperavam o Presidente mas este nunca chegou.

Fernando Medina, Presidente da Câmara de Lisboa, também chegou atrasado, chegando já a meio do desfile de jovens talentos. O que só prova que neste palco é a moda o que mais importa e que o espetáculo desta indústria está longe de parar.

O primeiro desfile no Pavilhão Carlos Lopes foi o do concurso Sangue Novo, que surge nesta edição com regras novas, passando a ser anual, e sendo esta fase uma semifinal onde dos 10 concorrentes apenas seis passaram à final que decorre em março de 2019. Os selecionados foram Archie Dickens, Carolina Raquel, Opiar, Frederico Protto, The Co.Re e Rita Carvalho.

A jovem designer Carolina Raquel foi também eleita para representar Portugal no concurso de jovens talentos holandês, Fashion Clash. Além destes prémios foi ainda atribuído o galardão Fitting Room a The Co.Re, que ganha a oportunidade de vender a sua coleção neste espaço.

A edição 51 da ModaLisboa inaugurou, esta sexta-feira, 12 de setembro, os desfiles a solo com as propostas de David Ferreira. O designer que é conhecido pelo roupa exuberante e volumes exagerados manteve-se fiel a essa assinatura.Embora seja inteiramente preta, não faltaram nesta coleção opções para diversas ocasiões, apesar da maioria das propostas serem mais vocacionadas para situações festivas. Destacamos o único bomber jacket da coleção, com aplicações no bolsos e um design bastante urbano, perfeito para usar no dia com calças de ganga e ténis. Dos detalhes foram as costuras desfiadas e viradas para fora que se destacaram.

 

Valentim Quaresma, que é conhecido pelos acessórios, aposta cada vez mais nas peças de roupa e as suas propostas para a primavera-verão 2019 são prova disso mesmo. No entanto, não faltaram os complementos exuberantes, desta feita com cortes geométricos, onde as bolas e os triângulos se destacaram. No que diz respeito aos materiais foram o metal e a madeira que mais marcaram a coleção. O grande destaque foi para os protótipos de mãos com aplicações extremamente trabalhadas.

A noite encerrou com o maior desfile de todos. Ricardo Preto foi o designer que encerrou o primeiro dia de desfiles no Pavilhão Carlos Lopes, com a coleção mais comercial da noite, roupa que se imagina facilmente nas ruas de Lisboa ou de qualquer outra cidade. O desfile abriu com uma gabardina de inspiração marinheiro vermelha, mas foram muitas as cores que se seguiram com uma paleta cromática alegre e combinações de cor inesperadas. Os tecidos quiseram-se leves e combinaram na perfeição com os modelos fluidos. As saias e vestidos fizeram-se de bainhas assimétricas e as calças surgiram com presilhas de botão junto à bainha. O estilo desportivo esteve presente em toda a coleção, com detalhes como atilhos, e as cabeças das modelos tapadas com uma touca desportiva que deixava apenas um rabo-de-cavalo perfeito de fora.

Eduarda Abbondanza galardoada com Medalha de Mérito Cultural da Câmara de Lisboa

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