A cama já não é para dormir nem para fazer sexo

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A teoria mudou e a prática também tem de ser alterada. Esta é a convicção de Joaquim Moita, presidente da Associação Portuguesa do Sono (APSono), que defende que a cama já não é lugar para fazer sexo. “Agora a cama é só para dormir”, declarou recentemente aquele responsável ao Delas.pt. Uma constatação que vale a pena lembrar no Dia Mundial do Sono, que se assinala esta sexta-feira, 17 de março.

Esta foi uma das certezas que mudou para quem estuda o sono e a sua privação porque, até há poucos anos, acreditava-se que a cama era o local para dormir, mas também o ideal para a intimidade. É que em matéria sexual e repouso as mulheres acabam por sair biologicamente mais prejudicadas do que os homens.

“Se no caso do sexo masculino, a atividade sexual proporciona o sono, no caso delas é diferente porque a atividade sexual pode ser ativadora e levá-la a ficar ansiosa”, sublinha o presidente da APSono.

E acrescenta: “Mas também acontece o inverso: uma mulher que tem um sono de qualidade e que tem um dia aprazível, no dia seguinte tem uma maior apetência sexual, não só ao nível da qualidade como da frequência”.

Regras para um bom sono

O especialista lembra que “a primeira grande regra de higiene do sono é levantar sempre a mesma hora e procurar uma rápida exposição solar. Ao fim de semana, dizem as boas práticas que devemos manter a hora, com a possibilidade de haver um prémio de mais 60 minutos”, contemporiza. É também importante cortar os estímulos que chegam pelos dispositivos móveis e televisões uma hora antes de deitar.


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A utilização – em véspera de ir para a cama – de telemóveis, LEDs, computadores e dispositivos eletrónicos que emitem a chamada radiação azul deve ser controlada. “Descoberta há 20 anos, a luz azul é altamente eficiente e barata, mas do ponto de vista biológico tem um efeito direto sobre o sono, porque inibe a produção da melatonina”, avisa Moita.

As condições em casa também devem ser vigiadas de forma a que o repouso tenha lugar. “O quarto deve estar à temperatura de 18 a 20 graus” e “as cortinas devem estar completamente corridas”, acrescenta o mesmo especialista.

Um “bom colchão é aquele que mais se adapta a cada um” e tal constitui um fator “importante”, a par das almofadas, assegura Joaquim Moita: “Os fisiatras, consoante determinadas patologias, podem recomendar o tipo mais indicado”.

Dormir bem traz inclusivamente vantagens para a saúde, e um bom sono podia ajudar a controlar e a perder peso. Mas há mais vantagens como a diminuição do risco de sofrer ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais ou a melhoria do sistema imunitário. O humor e a beleza também saem beneficiados depois de uma noite bem dormida.

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