A Cia. Marítima abriu a primeira loja em Portugal

O espaço é pequeno mas cheira a Brasil ou não fosse a primeira loja própria da marca de biquínis Cia. Marítima, em Portugal. Na verdade não é apenas a primeira loja portuguesa, mas sim a primeira loja da marca fora do Brasil. Por que razão no nosso país quando há tantos para explorar foi o que quisemos saber numa entrevista a Benny Rosset, Diretor Criativo da marca.

Benny Rosset

Porquê escolher Portugal para abrir a primeira loja fora do Brasil?

Porque estamos no mercado português há 26 anos e por isso conhecemos muito bem o mercado, e as portuguesas também nos conhecem bem e a nós, por isso foi uma escolha natural.

A cliente portuguesa é muito diferente da brasileira?

É exigente da mesma forma. Mas ao longo destes anos as portuguesas mudaram bastante, no início usavam outro tipo de modelagem, preferiam biquínis maiores mas hoje em vinda vendemos exatamente a mesma coleção que vendemos no Brasil. Existem alguns modelos preferidos que diferem, mas as nossas coleções são muito grandes por isso conseguimos dar uma boa resposta. Até porque no Brasil também existem diferenças entre o norte e o sul.

Que diferenças são essas?

O norte compra cores mais claras – amarelo, laranja – enquanto o sul compra mais verde escuro, preto, azul marinho.

E Portugal é mais parecido com o norte ou com o sul?

É mais parecido com São Paulo que é o centro, compra de tudo um bocadinho.

E preferem biquínis ou fatos de banho, já que Cia. Marítima aumentou a oferta de peças inteiras nos últimos anos?

A coleção está maior mas na verdade os nossos fatos de banho, são mais bodys muitos têm mangas e são mais para usar fora da praia porque é uma tendência muito forte no Brasil.

Nos últimos anos a Cia. Maritíma tem estado cada vez mais atenta às tendências e em Portugal apresenta a coleção na ModaLisboa. Que importância tem para a marca esta ligação à moda?

No Brasil há vinte anos que é identificada como uma marca de moda. Aqui estamos a trabalhar para transformar a moda praia e lifestyle de praia numa categoria de moda para o mercado português. Por isso os desfiles e agora a loja, é diferente ver uma peça numa loja multimarca ou ver a coleção inteira toda junta numa loja própria, e aqui nem está tudo porque a loja é pequena e teremos várias entradas ao longo da estação.

A coleção que está aqui é a mesma que está no Brasil agora, tendo em conta o desfasamento de estações?

Uma parte da coleção é o verão, que no Brasil já acabou, mas tem algumas coisas que já são de inverno. Mas a ideia é ter exatamente a mesma coleção nos dois países.

E como é o inverno de uma marca de roupa tão típica do verão?

O consumidor hoje está habituado a comprar em qualquer altura, claro que na altura fria é a roupa que vende mais, no verão a roupa vende o mesmo mas o volume de vendas de moda praia dispara.

 

Quais são os próximos locais onde querem abrir loja própria?

A próxima será nos EUA, mas só para o ano. Agora temos que adaptar esta loja ao mercado e perceber se o que vem de lá é exatamente o que vende aqui, quando isso estiver equilibrado vamos pensar em mais aberturas em Portugal, Espanha, França, Italia.

A marca está presente em Portugal há 26 anos, porque é que foram precisos tantos anos para a primeira loja?

Porque no Brasil só abrimos a primeira loja em 2011, só passaram cinco anos.

A abertura de lojas próprias apenas tão recentemente tem a ver com uma mudança de estratégia da marca?

Sim, antigamente só vendíamos em multimarca, foram precisos 20 anos para a abrir a primeira loja, mas hoje já são quarenta lojas. Acredito que esta rapidez na abertura de lojas também vá acontecer em Portugal.

A identidade da marca mudou por começar a ter lojas próprias?

Sem dúvida, agora podemos inovar mais, propor produtos mais conceptuais, porque conseguimos criar um ambiente na loja que o justifica e onde a cliente consegue compreender essas peças especiais.

Há algum segmento de mercado que a marca não esteja a explorar neste momento e onde queira investir?

Não, porque nós temos um foco de trabalho e esse foco não pode mudar. Já no pediram para fazer moda infantil e masculina mas nunca quisemos. O nosso foco é moda feminina para mulheres entre os 18 e 24 anos, apesar de nem sempre isso se refletir na consumidora, mas o foco da criação tem de ser esse. Quando se me muda o foco, perdesse a marca, é esse o segredo do sucesso: estar sempre focado para não nos perdermos. Isto é uma opinião pessoas mas acho que as marcas não podem achar que podem tudo, Têm de ser muito boas no seu nicho específico.

Loja Cia. Marítima

C. Comercial Colombo, Piso 2.