A dieta de janeiro não resulta e a ciência explica porquê

É verdade. Nunca devemos deixar para amanhã o que podemos fazer já hoje. No entanto, toda a regra tem a sua exceção e esta não é diferente. A dieta de janeiro acaba por nunca proporcionar o efeito desejado, já tinha reparado? O súbito aumento de peso logo em fevereiro é um fenómeno conhecido e os cientistas acabaram de descobrir as razões.

Investigadores da Universidade britânica de Exeter encontraram a razão que justifica por que grande parte das pessoas que se submetem a dietas não conseguem obter o efeito desejado. Uma situação que se agrava nesta altura do ano uma vez que, após um período de excessos, as células, sobretudo as de pessoas com peso ligeiramente acima do saudável ou obesas, estão inflamadas, lesionadas e sob pressão, o que significa que serão incapazes de responder a novos estímulos.

Por isso, a recomendação passa agora por aplicar um estilo de vida alimentar mais saudável em janeiro. Sim, já sabemos hoje é 31 e, por isso, tarde demais.

A boa notícia é que fevereiro pode ser o novo janeiro. Comece hoje mesmo o plano da dieta equilibrada para que em março possa dar início a um plano de restrições equilibrado e gerador de maior êxito. Na galeria acima recorde as dicas saudáveis deixadas por Maria Ibérico Nogueira

“Agora sabemos que as pessoas com peso a mais ou mesmo com obesidade podem ter lesões no tecido adiposo e as células que o compõem são menos capazes de armazenar o excesso de calorias e, portanto, podem fazer com que a gordura se desloque para a parte externa de outros órgãos como o fígado”, alerta Katarina Kos, que desenvolveu o estudo e que é especialista em distúrbios relacionados à obesidade. “É como se as células de gordura em pessoas com excesso de peso não conseguissem fazer o seu trabalho corretamente”.


Leia também a forma como as desigualdades na saúde também, infelizmente, têm género

Já agora: Saiba o que acontece ao seu corpo se deixar de comer pão


Para esta investigadora há perigos severos a ter em conta: estas pessoas podem estar a acumular gordura noutros pontos do corpo como nas camadas mais profundas do estômago ou em redor de outros órgãos importantes, promovendo, posteriormente, doenças hepáticas, cardíacas e diabetes.

Conhecedor desta realidade, Dr. Robert Lustig, especialista em obesidade da Universidade da Califórnia, revela que a ciência já estava ao corrente desta possibilidade. “Quando as células de gordura ficam demasiado grandes, a inflamação nos tecidos gordurosos torna-se tão grave que as células não respondem às tentativas de encolher os elementos gordurosos”, alerta este especialista e autor no jornal norte-americano New York Times.

Imagem de destaque: Shutterstock