Anandibai Goshi foi a primeira indiana a formar-se em medicina, em 1886. Graças a um marido defensor dos direitos das mulheres, foi incentivada a aprender inglês e depois a candidatar-se a uma universidade nos Estados Unidos. De início, o conservadorismo da sociedade hindu opôs-se aos seus planos, mas o brilhantismo da jovem ganhou simpatias e até o vice-rei britânico (era a época colonial) doou uma verba para a viagem.
Nascida na região do Maharashtra, Anandibai teve como primeiro nome Yamuna. Oriunda de uma família de brâmanes empobrecidos, foi forçada a casar com nove anos com um viúvo 20 anos mais velho. Mas o marido, Gopalrao Joshi, não só a rebatizou com o nome com que ficaria célebre como se entusiasmou com a sua educação. Foi ele que depois de Anandibai ter sido mãe aos 14 anos mas perdido logo o filho a incentivou a estudar medicina. De início o casal, que vivia em Calcutá, pediu o auxílio de um missionário americano, mas este exigiu que se convertessem ao cristianismo. Entretanto, outros americanos souberam do desejo da indiana e ofereceram-se para a acolher.
Assim, Anandibai navegou para Nova Iorque, com o marido a ficar na Índia. Em 1883 começou a tirar o curso no Women’s Medical College of Pensylvannia, em Filadélfia. Apesar de ter apanhado tuberculose, formou-se e até recebeu uma mensagem de parabéns da rainha Vitória. De regresso à Índia, o marajá de Kolhapur ofereceu-lhe um lugar no hospital do principado. Gravemente doente, Anandibai morreu em 1887, com 22 anos.