O ex-presidente do Governo espanhol José Luis Zapatero pediu este domingo, 27 de novembro, mais feminismo e mais cultura para combater os “insultos” e o “machismo” da extrema-direita no parlamento, que, no seu entender, tem uma postura “reacionária”.
Zapatero falava no encerramento do XXVI Congresso da Internacional Socialista, em Madrid, onde reivindicou, perante o novo presidente desta organização, Pedro Sánchez, a reafirmação dos valores da social-democracia.
“A Internacional Socialista tem de ser a organização política internacional mais feminista do mundo. Tem de ser a mais defensora dos direitos LGBTI, da diversidade e da liberdade individual”, assinalou.
Depois de afirmar que este é o destino do PSOE – o seu partido e o de Pedro Sánchez, atual chefe do Governo – e sempre foi o seu compromisso histórico, Zapatero referiu-se a recentes polémicas no parlamento para deixar um conselho sobre respostas a dar perante posturas de intolerância: “quanto mais insultos, mais cultura” e “quanto mais machismo, mais feminismo”.
Para o ex-Presidente, o ódio necessita de “paciência e cultura” e, por isso, pediu que cada vez que haja insultos, em qualquer tribuna, seja dado à “direita extrema reacionária e intolerante” um presente – por exemplo, “um poema de Gloria Fuertes”.
Zapatero disse, por outro lado, que se sente orgulhoso do Governo, porque com a Lei da Memória Democrática foram homenageados “definitivamente tantos que deram o melhor de si pela liberdade e pela democracia”.
“Só o PSOE o podia fazer, mas o Partido Socialista também tinha de o fazer”, assegurou, antes de apontar que “este é um dos pressupostos que terá de ser cumprido sempre”.
Por fim, o ex-presidente agradeceu ao presidente por ter dado o passo para liderar e por se comprometer com a Internacional Socialista, uma organização que – destacou – defende a ordem internacional em paz e tem reivindicado a palavra e o diálogo como soluções para conflitos: “As melhores soluções da história andam de mãos dadas com o entendimento”, referiu.
O congresso terminou com a exibição de um vídeo em que líderes políticos da Austrália, Alemanha e África do Sul, entre outros, felicitaram Sánchez por assumir a presidência da Internacional Socialista e se mostraram convencidos de que sob o seu mandato a organização será mais dinâmica, fortalecida e influente.