A maneira como os casais discutem pode ser fatal

Quarrelling Young Couple in the Bed, Young People Lying Turned Away From Each other and Lay on Their Sides Holding Grudges and Being Offended
[Fotografia: Istock]

Os casais não têm de concordar com tudo. É preciso procurar consensos? Mas, mesmo quando discutem, há uma maneira de o fazerem de forma saudável. Emoções negativas influenciam a saúde. Estar sempre irritado, triste, frustrado ou amedrontado leva a doenças crónicas.

Agora, um novo olhar sobre um estudo antigo com casais heterossexuais, bastante exaustivo, revela novos dados, de acordo com um artigo publicado na revista Emotion.

Na década de 1980, a Universidade da Califórnia convidou casais numa relação matrimonial há pelo menos 15 anos para revelarem, em ‘laboratório’, os altos e baixos pelos quais passaram. Primeiro, foi-lhes pedido que contassem um ao outro, em 15 minutos, como tinha sido o seu dia; nos 15 minutos seguintes, a conversa foi direcionada para fora da ‘zona de conforto’, ou seja, para temas que estavam muito contidos – que os fizessem discutir, o que de facto aconteceu.

“Nós puxámos os cordelinhos certos”, disse ao The New York Times o professor de Psicologia da Universidade da Califórnia, Robert Levenson, autor principal do novo estudo.

Estas brigas de casal resultaram em 15 minutos de discussão desapaixonada sobre tudo em geral. E isso ficou registado. Depois, os participantes responderam a um questionário que incluía perguntas sobre o seu estado de saúde. E a cada cinco anos, durante duas décadas, voltaram ao laboratório para repetir este processo.

Esta experiência produziu dados suficientes para alimentar vários estudos. Um deles é baseado nas expressões faciais de cada elemento de um casal durante uma discussão. As emoções transmitidas – através de expressões de ira, por exemplo – foram depois cruzadas com dados do questionário referentes a problemas de saúde.

Cônjuges – especialmente os maridos – que ferviam em pouca água durante uma discussão, eram mais propensos a relatar problemas cardíacos posteriormente, como dor no peito ou tensão arterial elevada. Aqueles que estavam mais tensos, poderiam mais facilmente desenvolver problemas musculares, dores nas costas ou de garganta.

Estas descobertas não provam que haja uma ligação direta entre as discussões e tensão alta ou dores musculares, dizem apenas que há uma correlação. Mas alertam para que os problemas dos casais se resolvam de outra forma, sem discussões.