A mulher quer-se como a sardinha: feminista

A ‘Sardinha Feminista’ é uma das seis vencedoras da edição deste ano do concurso Sardinhas Festas de Lisboa, promovido pela EGEAC. A criação pertence a Ana Filipa Olímpio, designer e ilustradora de 30 anos. Lisboeta de gema, confessa ao Delas.pt a sua satisfação por ter sido uma das seis autoras escolhidas num concurso no qual é repetente.

“Esta foi a segunda vez que concorri. A primeira foi em 2012 ou 2013 – já não me lembro bem do ano -, mas não fiquei entre os finalista”, começa por contar. Agora, com uma sardinha inspirada nas temáticas e nas cores do feminismo, Ana Filipa é uma das artistas que vai poder ver a sua obra exposta na tradicional mostra dos trabalhos finalistas deste concurso, que serão exibidos, a partir do dia 1 de junho, e durante todo o mês, na exposição “100% Sardinha” que estará no Espaço Trindade, em Lisboa. Veja, na galeria, os desenhos das sardinhas que venceram e das que receberam menções honrosas.

Este ano voltou a concorrer, “mas não estava a ter nenhuma ideia”, refere. Por isso pegou numa temática atual e que tem feito parte do seu percurso profissional. “Pensei fazer uma sardinha feminista – porque tenho trabalhado muito estes assuntos, eu sou feminista e tem-se falado muito disto, acho que era uma sardinha que fazia todo o sentido”.

 

 

Esta criação foi inspirada no trabalho que a artista tem desenvolvido, com as associações com as quais trabalha, sobretudo a Mulheres Sem Fronteiras e a Mais Cidadania. “Fui buscar toda a minha experiência nestas áreas para criar esta sardinha”,sublinha Ana Filipa Olímpio que, de resto, cedo encaminhou o seu percurso de designer e ilustradora para a área social. “Trabalho com algumas associações, porque acho que a área social não é muito forte em termos de design e de comunicação e acho que também precisa, e às vezes até mais, do que as coisas comerciais”.

Por outro lado, o próprio imaginário associado às festas de Lisboa, que coincide com as celebrações em torno dos santos populares, dos arraiais e das marchas, é, segundo, a designer também muito feminino. “Eu acho que os bairros populares são muito as mulheres e a sua vivência. Vejo muito esses bairros nas mulheres.”

No futuro, Ana Filipa Olímpio quer manter o seu caminho profissional ligado às causas sociais em que acredita, fazendo do design e da ilustração ferramentas que façam as pessoas olhar e “refletir” sobre as suas imagens. Por isso, acalenta também o sonho de, num futuro próximo, fazer um livro de ilustrações que conte a história de várias feministas. “São tudo trabalhos que me dão muito, muito prazer fazer”, conclui.

 

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