A primeira Presidente de Taiwan não tem medo de Pequim

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Taiwan’s President Tsai Ing-wen walks on the podium before addressing during an inauguration ceremony in Taipei, Taiwan May 20, 2016. REUTERS/Tyrone Siu - RTSF36T

Tsai Ing-wen tornou-se a primeira mulher a assumir o cargo de presidente em Taiwan. Tsai venceu as eleições, pelo Partido Democrata Progressista, em janeiro com uma larga margem. Esta vitória não se tornou histórica apenas por dar o poder a uma mulher, mas também por pôr fim a oito anos de governos do Partido Kuomintang, próximo da China e promotor da aproximação a Pequim.

A tomada de posse aconteceu no dia 20 de maio, no palácio presidencial de Taipé, onde Tsai mostrou ter um plano de reforma social e económica que passa por uma maior autonomia em relação à China.

Apesar de ser independente desde 1949, altura em que os nacionalistas do KMT ali se refugiaram depois de terem sido derrotados pelos comunistas, a China continua a considerar que Taiwan faz parte da China, e por isso nega a sua independência querendo a unificação num único país. Taiwan é reconhecida oficialmente por apenas 22 países em todo o mundo, apesar de ter relações informais com os EUA, que já vieram felicitar publicamente Tsai pela sua vitória.

No dia seguinte ao discurso de tomada de posse da nova presidente de Taiwan a China terá avisado que se não for reconhecida uma “única China” o país irá suspender os contactos, deixando esquecido o tão importante diálogo entre os dois lados do estreito.

Hoje Taiwan respondeu às ameaças de Pequim através de um comunicado do porta-voz do ministério encarregado das relações com a China: “O Conselho de Assuntos da China Continental (ministério encarregado das relações com a China) vai continuar a comunicar com o outro lado do estreito de Taiwan para manter o mecanismo de diálogo e os contactos através do estreito”.

Apenas com dois dias de liderança Tsai Ing-wen já tem em mãos aquele que poderá ser o maior desafio do seu mandato: o diálogo com a China e a manutenção da paz.