Antonio Vaccarello apresentou esta terça-feira, dia 28 de fevereiro, a sua segunda coleção para a Saint Laurent. O desfile decorreu em Paris e o ambiente escolhido, com andaimes a forrar toda a sala e uma luz difusa, refletiu o espírito underground da marca.
O desfile abriu com peles brilhantes, fechos e folhos, silhuetas muito direitas, assimetrias e bainhas muito subidas. Tudo isto são referências bem conhecidas do universo Yves Saint Laurent (YSL).
Apesar de esta coleção ter uma inspiração clara nos arquivos da marca, Anthony Vaccarello parece ter começado agora a traçar o seu caminho, distanciando-se muito mais do seu antecessor do que na coleção passada.
A paleta cromática é escura e pouco variada, os padrões inexistentes e as misturas de materiais são mais seguras que as de Hedi Slimane. Vaccarello introduziu também malhas, jeans, casacos utilitários e tops muito simples, elementos que trazem o imaginário da casa de moda francesa para o mundo real, pondo termo a uma imagem – associada à YSL – caraterística de artistas boémios. Agora, a marca pode vestir uma miúda comum, que gosta de festas e que não pensa muito no que escolhe, apesar de estar sempre muito cool.
No fim do desfile chegaram os coordenados de noite com muitos brilhos, mais mini-vestidos, folhos, veludos e smokings reinventados.
Uma coleção que mantém a assinatura Saint Laurent, que não é especialmente surpreendente mas que deixa vontade de ver o que virá a seguir, deixando a lanterna apontada para um caminho mais próximo das pessoas comuns, sem perder o seu carisma festivo e blasé. Uma fórmula que tem tudo para dar certo.
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