“A verdadeira pandemia deste século é a violência doméstica”

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[Fotografia: Mart Production/Pexels]

A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) relançou esta quinta-feira, 24 de novembro, a Campanha Nacional Contra a Violência Doméstica usada em 2021, defendendo que este “flagelo” continua a ser elevado em Portugal e só é mitigado com “mudança”.

“Temos de garantir que o dia 25 de novembro [Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres] acontece todos os dias e todos os anos”, afirmou a presidente da CIG, Sandra Ribeiro, no lançamento da Campanha Nacional Contra a Violência Doméstica.

Intitulada “#Portugalcontraaviolência”, esta campanha é uma “recuperação” da já usada no ano passado, esclareceu Sandra Ribeiro, lembrando que o “flagelo” da violência doméstica continua a ser elevado em Portugal.

Lembrando que as campanhas são um veículo “fundamental” para abordar o tema da violência doméstica e da violência contra as mulheres, também o vice-presidente da CIG, Manuel Albano, destacou que o problema só será mitigado através da “mudança comportamental e de pensamento”. “A verdadeira pandemia deste século é a violência doméstica”, realçou.

A campanha volta a marcar presença nos canais digitais, caixas de multibanco e televisão e nela participou também a secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, que deixou o desafio de que em 2023, “seja possível intensificar os esforços no combate a este fenómeno” ao qual, defendeu, “ninguém pode ficar indiferente”.

“Apesar do trabalho desenvolvido, temos uma sociedade dominada por uma clara divisão de papéis e que parece, cada vez mais, normalizar a violência”, destacou Isabel Almeida Rodrigues.

“Enquanto houver uma mulher vítima de violência doméstica, não vai ficar tudo bem” é o ‘slogan’ que marca a campanha, que lembra que “para este vírus ainda não há vacina, não há imunidade de grupo e o distanciamento social não ajuda”.

Uma tragédia que deixa marcas e sequelas profundas nos filhos que assistem a agressões em contexto de intimidade, com efeitos drásticos que foram revelados esta quinta-feira, 24 de novembro.

“Mas há esperança”, recorda a campanha, dando nota dos contactos através dos quais podem ser reportadas denúncias, como o 112, o 800202148, ou por mensagem escrita para o 3060.

O lançamento da campanha marca o arranque do II Fórum Portugal Contra a Violência, que decorre na Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto, sob o tema “Combate à violência contra as mulheres e a violência de género | O papel da comunicação social”.

com Lusa