Diogo tem 8 anos e já perdeu a conta às vezes em que veio ao Oceanário de Lisboa. Além das visitas com os pais e a escola ainda organiza cá as festas de aniversário. Os funcionários já o conhecem, dizem que é um biólogo marinho em ascensão, e ele, apesar de também conhecer bem os cantos à casa, afirma que tem muito que aprender sobre os animais que cá vivem. “Do que gosto mais é dos tubarões e não tenho medo deles”, garante ao Delas.pt.
Hoje veio cá com a escola, o Colégio São Francisco de Assis, que fica em Porto Salvo, Oeiras. Quando teve de escolher um ateliê que levasse os mais pequenos à descoberta das vidas que abrilhantam o Oceanário, a professora Teresa André teve muita dificuldade. “Achámos todos muito apelativos. Acabámos por escolher este, o Escanifoquê? À Procura dos Escanifobéticos do Oceanário. Era o mais estranho de todos e realmente é espetacular, vale muito a pena”, explica a professora.
Durante esta visita de estudo, as crianças são convidadas a identificar e conhecer os animais mais escanifobéticos do oceanário. “Escolhemos a palavra escanifobético porque utilizávamos muito em miúdos e entretanto foi-se perdendo. A maioria deles não sabe o que significa nem nunca ouviram falar”, revela Teresa Pina, coordenadora do serviço educativo do Oceanário de Lisboa. As reações durante o passeio não podiam ser melhores: “Aquele animal era bué estranho, acho que era uma raia”, “Os dentes daquele tubarão não lhe cabem na boca… É o dentuças, como aqui o meu colega lhe chama” e “Estou a adorar esta visita”.
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O processo de aprendizagem deste ateliê torna-se ainda mais divertido por ser complementado com um livro com o mesmo nome, Escanifoquê?, da autoria de Ricardo Henriques e com ilustrações (pode ver algumas delas na galeria de imagens acima) de André Letria.
“O que tentámos fazer este ano foi criar umas visitas guiadas temáticas em que cada ponto de paragem do percurso da visita os jovens tivessem de tomar decisões, tivessem de usar conhecimentos de diferentes disciplinas para avançar no percurso. Como para os mais pequenos era difícil integrar as matérias desta forma pensámos que seria interessante desenvolver uma ferramenta, que neste caso foi o livro Escanifoquê, e que fala a mesma linguagem, mais infantil”, afirma a coordenadora do serviço educativo do Oceanário de Lisboa.
Para Ricardo Henriques, habituado a escrever para crianças, o processo foi problemático. Deixou-se encantar pelo ambiente do oceanário e não conseguia parar de escrever. O livro, que inicialmente era para ter apenas 16 páginas, acabou por ficar com 48.
“Uma pessoa entusiasma-se, vai tendo acesso a mais informação, vamos descobrindo mais pormenores sobre os animais, tanto os mais normais como os escanifobéticos. De repente o entusiasmo cresce, o livro cresce e está aqui o entusiasmo em grande”, conta Ricardo Henriques.
Se quiser que os seus alunos visitem o divertido ateliê do Oceanário de Lisboa só tem de entrar em contacto com a instituição através do email [email protected] ou o número de telefone 218 917 000. O livro Escanifoquê?, utilizado pelos funcionários do oceanário durante as visitas de estudo, é depois oferecido aos professores para que o possam levar para as aulas e utilizar para complementar a matéria.