A viúva Cory que derrubou Marcos e a famosa Imelda

CORY AQUINO
FILE--Former Philippines President Corazon Aquino flashes a "L" sign for the word "laban" ("fight") as she speaks to hundreds of thousands at an anti-charter change rally Sunday, Sept. 21, 1997 at Manila's Rizal Park. On Tuesday Aug.4, 1998, Aquino is chosen winner of the Ramon Magsaysay Awards Foundation, Asia's equivalent of the Nobel Prize, for International Understanding. Aquino, 65, was cited for "giving radiant moral force to the nonviolent movement for democracy in the Philippines and the world." She will receive a gold medallion and US$50,000 dollars cash along with this year's co-winners from China, Cambodia, Pakistan and Thailand.(AP Photo/Bullit Marquez-FILE)

Corazon Aquino foi presidente das Filipinas entre 1986 e 1992, após derrubar o ditador Ferdinando Marcos. Nascida em 1933, a entrada na política só ocorreu depois de o marido Benigno Aquino, líder exilado da oposição, ter sido assassinado à saída do avião que o trouxera de volta a Manila em 1983. A partir desse momento, a mulher que, apesar dos cursos de Matemática e Francês, se tinha dedicado a criar os cinco filhos e a apoiar nos bastidores o carismático político com quem casara em 1955 descobriu uma vocação de estadista. Na sequência da vitória sobre Marcos, foi mesmo escolhida como ‘Mulher do Ano’ pela revista americana ‘Time’.

Cory, como lhe chamavam os apoiantes, trouxe uma nova imagem às Filipinas, país que foi colonizado pelos espanhóis e depois pelos americanos. A ditadura de Marcos tinha durado duas décadas e foi marcada por violações dos direitos humanos e por escândalos como as centenas de pares de sapatos de Imelda, a primeira-dama.

Mas se o apoio popular, e as pressões da comunidade internacional, forçaram Marcos a partir, a presidência de Cory foi marcada por várias tentativas de golpe. Num deles, um dos filhos foi baleado por militares rebeldes, com uma das cinco balas que o atingiram ainda hoje alojada no pescoço. A mãe não cedeu, cumpriu o mandato até ao fim e com políticas ousadas, como a reforma agrária parcial, atenuou as desigualdades no país com mais católicos de toda a Ásia.

Corazon Aquino morreu em 2009. No ano seguinte, o filho Benigno (como o pai) foi eleito presidente das Filipinas. Foi ele o tal baleado durante um golpe militar.