Aborto. Walt Disney, Netflix, Tesla, Amazon vão reembolsar funcionários por custos de viagens

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Manifestante usa bandana verde, símbolo da luta pelos direitos ao aborto, nos protestos contra a possível restrição de direitos que corre no Supremo Tribunal norte-americano, [Fotografia; Caroline Brehman/EPA

Entre as companhias destacam-se o JPMorgan Chase, a Walt Disney, a Netflix e a Meta, que se juntam a outras que haviam anunciado políticas de apoio aos trabalhadores em maio, quando foi divulgado um rascunho que indicava a deliberação sobre o aborto.

A decisão do Supremo permite que cada estado decida manter ou proibir o direito ao aborto. O presidente dos EUA Joe Biden, lamentando e criticando a decisão, vincou que nenhum funcionário administrativo pode impedir as mulheres de viajarem para estados onde possam interromper a gravidez.

O JPMorgan, segundo a nota interna obtida pela rede de televisão CNBC, ofereceu aos seus funcionários benefícios adicionais no seguro de saúde para terem acesso a serviço que exigem viagens para fora do estado e especificamente para um “aborto legal”, conforme o seu concorrente Citigroup, o primeiro e único grande banco dirigido por uma mulher.

Também num comunicado, a Walt Disney reconheceu o impacto da medida e disse estar “comprometida” em prestar amplos serviços médicos aos seus funcionários independentemente de onde morem, reembolsando as viagens de planeamento familiar.

A Netflix disse à revista Variety que os seus funcionários em tempo integral nos Estados Unidos têm um benefício “perpétuo” de 10 mil dólares (cerca de 9,5 mil euros) para reembolsar o custo da viagem para tratamentos de cancro, transplantes, tratamentos de mudança de sexo ou abortos através do seguro da empresa.

A Meta, por seu lado, disse à imprensa que está a “avaliar” a possibilidade de reembolsar o custo dessas viagens fora dos estados para aceder a serviços “reprodutivos” na medida permitida por lei, mencionando as “complexidades jurídicas” do assunto.

Tesla, Apple, Amazon, Paramount, Starbucks, Levi’s, Yelp, Buzzfeed, Condé Nast, Uber, Lyft, Mastercard ou MatchGroup são outras empresas que disseram também oferecer reembolsos ou criticaram a revogação das proteções federais ao aborto.

O Supremo Tribunal dos EUA anulou a proteção do direito ao aborto em vigor no país há 49 anos. Uma hora depois o Missouri era o primeiro estado a promulgar lei estadual – que já estava preparada e à espera que esta prerrogativa federal e constitucional caísse – que impede o aborto até em casos de incesto e violação.

Os juízes da mais alta instância judicial norte-americana, atualmente com uma maioria conservadora, decidiram anular a decisão do processo “Roe vs. Wade”, que, desde 1973, protegia como constitucional o direito das mulheres ao aborto.

LUSA