Abuso sexual e ‘bullying’ contra menores aumentam em 2017

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Foram 199 os casos de abuso sexual de menores de 14 anos reportados, no ano passado, pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), o que configura um aumento de mais de 90 casos face a igual período em 2016.

E se esta é uma das tipologias de crimes que mais cresceu, segundo o relatório da entidade – Estatísticas APAV – Crianças e Jovens Vítimas de Crime e Violência 2013-2017 (que pode ser consultado na íntegra aqui) – divulgado esta quinta-feira de manhã, 23 de agosto, o número de casos bullying também regista um aumento assinalável: de 26 denúncias 2016 para quase o triplo em 2017 (63 denúncias).

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Segundo o comunicado enviado às redações, a APAV vinca que, nos quatro anos em análise, “70% das situações reportadas diz respeito a atos de violência em contexto doméstico, tendo maior expressão as situações de violência psicológica e de violência física”. A mesma entidade assinala que “cerca de 60% das crianças e jovens são filhos/as dos/as alegados/as autores/as”.

Agressão em casa e na escola

“Regista-se ainda uma tendência crescente para os pedidos de apoio relativos a crimes de natureza sexual perpetrados contra crianças e jovens, especialmente entre os anos de 2016 e 2017”, explica a instituição na mesma nota. E prossegue: “Entre estes dois anos, todos os atos sexuais registados aumentaram entre 30 a 60%”.

A APAV ressalva, neste caso, que “tem dedicado especial atenção a esta temática desde janeiro de 2016, altura em que iniciou funções a rede CARE, de apoio especializado a crianças e jovens vítimas de violência sexual”.

Crimes de abuso sexual contra crianças estão a aumentar

Já sobre os problemas que têm lugar em contexto escolar, o bullying apresenta-se como “a expressão maior dos crimes que podem ocorrer em contexto escolar, e que neste período [quatro anos] totalizaram 428 ocorrências”, lê-se no comunicado.

No que diz respeito ao sexo das vítimas, o relatório indica “relativo equilíbrio no género”, embora “a maioria das situações digam respeito a crianças e jovens do sexo feminino”. Já sobre as idades, 2017 chega com uma revelação. “Verifica-se um decréscimo das ocorrências sobre crianças de idade igual ou inferior a 10 anos em 2016 e 2017, em contraponto com o crescimento de pedidos de apoio para jovens entre os 11 e os 17 anos”, sublinha o comunicado.

Quanto a números globais, no ano passado houve menos vítimas e também menos crimes registados. Em 2017, chegaram à APAV 1286 denúncias de crime, menos 103 casos do que em 2016. A acompanhar esta tendência de descida está também o número de vítimas, que, no ano passado, foi de 810, comparando com 826 casos registados há dois anos.

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