Acordar tarde aumenta risco de diabetes tipo 2. E não só…

pexels-shvets-production-8036689
[Fotografia: Shvets/Pexels]

As conclusões indicam que os noctívagos – que se deitam mais tarde – são menos ativos, mais sensíveis à insulina, que exerce papel central quer no que diz respeito à diabetes tipo 2, quer às doenças cardiovasculares, e têm menos capacidade de transformar a gordura em energia, promovendo a acumulação no corpo.

Para chegarem a estas conclusões, os investigadores dividiram a amostra em dois grupos distintos: os que se deitam tarde (27 indivíduos) e os que madrugam (24 pessoas). De seguida, a equipa avaliou individualmente a massa corporal, composição, sensibilidade à insulina, metabolismo da gordura e dos hidratos de carbono e monitorizou, durante uma semana, padrões de sono e de atividades diárias.

Para melhor controlar os resultados finais, a investigação pediu a todos os participantes que cumprissem dietas definidas a nível calórico e de nutrição, que jejuassem durante a noite e submeteu ambos grupos a provas físicas. Todos os indivíduos completaram duas sessões de 15 minutos de exercício: uma de intensidade moderada e outra de alta intensidade. As inclinações na máquina de corrida aumentavam 2,5% a cada dois minutos e até que cada participante atingisse o limite de exaustão.

Cumpridos estes parâmetros apertados, os cientistas concluíram que os indivíduos que amanhecem recorrem mais à gordura corporal para terem energia. Os noctívagos, por oposição, queimam sobretudo hidratos de carbono e precisam de mais insulina para fazer diminuir os níveis de glicose no sangue.

Ora, para os investigadores fica claro que este segundo grupo incorre num risco maior de diabetes tipo 2 e de doenças cardiovasculares. O mesmo estudo, publicado na revista Experimental Physiology e que pode ser lido no original aqui), indica que os que acordam cedo são mais ativos fisicamente, têm melhor preparação física e são menos sedentários do que os que se deitam tarde.

E se a cultura popular já diz que “deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer”, a ciência vem agora certificar essa mesma leitura, antevendo, inclusivamente, doenças que podem decorrer de difíceis hábitos de descanso.