Adeus aos ditados que popularizam a violência

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[Fotografia: Shuttersock]

Num ano em que os dados provisórios apontam para a morte de 20 mulheres em contexto de intimidade, uma subida face a período homólogo de 2018, o governo lança esta sexta-feira, 13, nova campanha de prevenção e combate à violência contra as mulheres e à violência doméstica.

Uma mensagem que quer acabar com as frases feitas que continuam a dizer que “entre marido e mulher não se mete a colher”, “por trás de um grande homem está uma grande mulher” ou “quanto mais me bates, mais gosto de ti!”. Ditados que têm de deixar de ser populares.

Segundo o gabinete da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, a campanha #DitadosImpopulares, promovida pela secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, desconstrói frases feitas, apelando para o envolvimento de todas as pessoas nesta luta e alertando que a violência não é assunto privado.

Com esta campanha, o Governo pretende também informar sobre os serviços da rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica. A rede atualmente disponibiliza 166 estruturas de atendimento, 26 locais de acolhimento de emergência e 40 casas de abrigo, e cobre mais de 70% do país, envolve 218 municípios e, em 2018, assegurou uma média de 40 atendimentos por dia.

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O objetivo da campanha é que todas as pessoas denunciem casos de violência doméstica, previsto na lei como crime público, e peçam apoio à rede nacional.

Segundo o Relatório Anual de Monitorização de 2018, divulgado em julho, foram registadas pelas forças de segurança 26.432 participações de violência doméstica, 11.913 das quais pela GNR e 14.519 pela PSP, correspondendo a uma diminuição de 1,2% face a 2017.

Lisboa (5981), Porto (4614), Setúbal (2458), Aveiro (1804) e Braga (1801) foram os distritos onde se registaram mais queixas.

CB com Lusa

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