Afinal, os homens também choram. E depois do sexo

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Se até agora se considerava que eram as mulheres que demonstravam maior propensão para a tristeza, melancolia, depressão e mesmo choro após as relações sexuais, eis que uma universidade australiana concluiu que quase metade dos homens arrisca padecer do mesmo mal.

Após terem entrevistado 1208 indivíduos do sexo masculino e de diferentes países (Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos da América, Rússia e Alemanha), os psicólogos da Universidade de Tecnologia de Queensland, Austrália, revelaram que 41% dos inquiridos já tinha sofrido de disforia pós-coital, pelo menos, uma vez na vida.

1/5 (20%) dos entrevistados referiu mesmo que tinha experimentado tristeza após o coito no último mês e 3 a 4% falou na persistência regular da depressão após a relação sexual. Não são, afinal, taxas de incidência muito diferentes das sentidas pelas mulheres. Nestas, recorde-se, as pesquisas recentes apontam para taxas de prevalência de 33% a 46% no intervalo temporal de ‘uma vez na vida’, 5% a 10% no último mês.

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As causas, referem os especialistas, podem ser variadas. O próprio estudo, publicado no Journal of Sex and Marital Therapy – e que pode ser lido no original aqui -, aponta possibilidades como distúrbios psicológicos, abusos sexuais na infância e algumas disfunções severas a nível sexual. Mas há quem avance outras explicações para esta realidade, que agora chega com novas revelações e pede ainda mais investigações.

“Durante a relação sexual, a amígdala neural [estrutura cerebral que regula os sentimentos e as emoções] pode reduzir a atividade e é ativada novamente após o coito”, contextualiza o médico Fernando Rosero à BBC News. Este especialista em saúde sexual lembra também que “a disforia pode ser resultado de uma educação sexual muito opressiva”, geradora de stress e angústia. A solução é simples: procurar ajuda especializada porque – vinca Rosero – “o sexo tem que ser uma relação de bem-estar e prazer”.

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