Afinal, um homem pode ser feminista?

Eis que está a ler um homem numa revista feminina! Nada de anormal quando do lado de cá isso se reflete em valores humanos e na certeza de que nós, homens, devemos estar no lado de quem exige que haja igualdade a todos os níveis.

Por outro lado, as mulheres também devem apoiar-se muito mais. É que persiste em mim uma ligeira tendência para achar que algumas delas ainda tendem a «lixar-se» umas às outras, apesar de defenderem o contrário. Há que trocar as voltas à mulher de César e dizer que «não basta parecer, é preciso ser».

Homens e mulheres devem intervir mais no mesmo sentido, o da equidade de direitos e deveres. É por isso que na edição especial Delas, ainda em banca, falamos de movimentos como o #MeToo para manter vivo o grito de revolta feminino e lembrar que, mesmo numa sociedade tão vertiginosa como a atual, o machismo continua muito presente. Como nos conta Catarina Furtado nesta edição, «até os amigos mais próximos não dão conta de comentários machistas. Temos de ser nós a alertar. Não estamos a educar rapazes ou raparigas, estamos a educar cidadãos. As crianças não vêm com chip do machismo

Sem dúvida que todos temos o dever de (passar a) educar os miúdos sem qualquer distinção de género, nem rótulos preconcebidos. Temos, todos, de desconstruir modelos há muito enraizados na sociedade e que tendem a ser associados ao facto de se ser homem ou mulher, como: «um homem não chora» ou «a mulher é que sabe cuidar dos filhos». Ficamos todos a ganhar quando o mundo for das mulheres, dos homens, das crianças… Quando formos todos mais humanos!