Afinal, videojogos não comprometem o bem-estar, diz estudo de Oxford

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[Fotografia; Cotonbro/Pexels]

Cientistas da Universidade de Oxford concluíram que o tempo passado em videojogos não tem impacto significativo no bem-estar dos jogadores, a conclusão principal de um estudo publicado esta quarta-feira, 27 de julho.

“Encontrámos poucas ou nenhumas provas de uma ligação causal entre os videojogos e o bem-estar”, lê-se no estudo, que monitorizou aproximadamente 40 mil jogadores com mais de 18 anos de idade durante seis semanas.

“Para o bem ou para o mal, os efeitos médios (dos videojogos) no bem-estar dos jogadores são provavelmente muito pequenos, e são necessários mais dados para determinar riscos potenciais”, defenderam os investigadores, cujo trabalho foi publicado na revista The Royal Society.

Para estudar a competente referente ao bem-estar, os jogadores foram questionados sobre as emoções que vivenciam no seu dia-a-dia, incluindo o nível de felicidade, tristeza, raiva ou frustração.

Os investigadores também utilizaram dados de tempo fornecidos pelos criadores de sete videojogos, desde o jogo de simulação “Animal Crossing” até ao jogo de corridas de carros “The Crew 2”.

De acordo com o estudo, as consequências de jogar, sejam elas positivas ou negativas, só seriam percetíveis se um utilizador de videojogos jogasse mais de 10 horas por dia.

Estes resultados contradizem um outro estudo realizado em 2020, no pico da pandemia, pela mesma universidade, que na altura concluiu que jogar videojogos poderia ter um impacto positivo na saúde mental, ao contrário deste, que não conseguiu apurar uma ligação causa-efeito.

Este tipo de entretenimento é regularmente acusado de prejudicar os jogadores a nível psicológico e relatórios anteriores já alertaram para as consequências nefastas de passar demasiado tempo a jogar, especialmente entre os públicos mais jovens.

“Uma coisa é certa: neste momento não há dados e provas suficientes para os Governos criarem leis e regras para restringir o jogo entre certos grupos da população”, afirmou um dos autores do último estudo, Matti Vuorre.

“Sabemos que precisamos de muito mais dados sobre jogadores e de muitas mais plataformas para podermos informar a política a aconselhar os pais e os profissionais de saúde”, defendeu outro investigador de Oxford, Andrew K. Przybylski.

LUSA