As redes sociais estão a ser inundadas por vídeos “deepfake” criados digitalmente e que estão a usar a identidade de médicos famosos credíveis para promover tratamentos ilegais e curas milagrosas perigosas para problemas de saúde sérios.
O alerta chega de especialistas que falam em dispersão de vídeos no Facebook e Instagram que, atingindo sobretudo população mais envelhecida, usam indevidamente o crédito profissional de médicos para vender xaropes “naturais” não testados para diabetes e para denegrir medicamentos testados e comprovados, alegando que “podem matar” pacientes. Posições usurpadas que podem colocar vidas em risco.
O especialista em inteligência artificial (IA) Henry Ajder confirmou que os deepfakes médicos “dispararam este ano” e as ações em tribunal contra os gigantes das redes sociais estão a crescer.
O médico francês Michel Cymes, que frequentemente aparece na TV na França, disse à agência noticiosa AFP, em maio, que estava a interpor uma ação legal contra o dono do Facebook, Meta, sobre os “golpes” que usam a sua imagem. A médica britânica Hilary Jones também revelou ter contratado um investigador para rastrear deepfakes que usavam a sua imagem sem consentimento. O vídeo mostrava Jones a vender uma cura falsa para pressão alta — assim como pastilhas de canabis — num programa de TV do Reino Unido no qual ela aparece regularmente.
“Mesmo que [os vídeos] sejam retirados, eles simplesmente voltam a aparecer no dia seguinte com um nome diferente”, lamentou Jones no BMJ.
com AFP