Alice Neto de Sousa. Quem é a autora de “março” e de “poeta”

alice neto de sousa
[Fotografia: André Ferreiro]

De Poeta à Carne, de Março à Capital e às mulheres que se prostituem no metro do Martim Moniz. Alice Neto de Sousa usa a caneta para olhar as desigualdades, as injustiças do mundo, e foi, aliás, escolhida para a cerimónia de arranque dos 50 anos do 25 de Abril, que arrancaram a 23 de março, na véspera de Portugal assinalar mais dias de democracia do que ditadura.

Este seu trabalho é um dos elementos que compõem a cápsula do tempo, criada para evocar a democracia, e que deverá ser reaberta daqui a 50 anos, a 25 de abril de 2074 e para comemorar o centenário.

Com Março, como pode ver abaixo na partilha da própria poeta, Alice Neto de Sousa arrancou aplausos, o que tem vindo a fazer há já algum tempo e em múltiplos palcos e territórios.

Conheça Alice, a poeta que recusa ser poetisa por considerar que palavra tem caráter “pejorativo” e que é rosto frequente na antena da RTP África.

 

Ver esta publicação no Instagram

 

Uma publicação partilhada por Alice (@alicensousa)

Alice Neto de Sousa nasceu em 1993, em São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, tem raízes e família em Angola.

Estreou-se em apresentações públicas do seu trabalho aquando do mestrado de Reabilitação Psicomotora, que concluiu com a tese na área da Delinquência Juvenil.

A convite do então seu professor da disciplina Corpo, Cultura e Pensamento Contemporâneo e escritor Gonçalo M. Tavares, a poeta leu um trecho do seu livro Uma Menina Está Perdida no Seu Século à Procura do Pai. E arrancou os primeiros aplausos.

Participante em certames de Poetry Slam, Alice lê, tal como outros autores, poesia original que compôs. Textos que devem ser lidos num tempo limitado a três minutos e que são depois apreciados e pontuados por um júri.

Alice integra a bolsa de poetas da associação cultural A Palavra e é convidada frequente do programa da RTP África, Bem-Vindos. Foi, aliás, lá que recitou de cor Poema, e que a lançou para o conhecimento público.

Em 2021, o poema Terra integrou a coletânea Do que ainda nos sobra da guerra, publicado na Editora Ipêamarelo, no Brasil. Já este ano, no início, o trabalho Poeta tem corrido mundo depois de ter sido declamado pela primeira vez na 1ª edição PowerList 100 na BANTUMEN, uma revista digital que se apresenta como “dedicada à cultura negra da lusofonia”.

Atualmente, Alice Neto de Sousa trabalha na área da surdo-cegueira, aliando a área da saúde com a da vertente social”.

[Artigo corrigido: onde se lê o nome da poesia ‘Cor de Pele’ deve ler-se ‘Poeta’. Aos visados, pedimos desculpa pelo erro]