Pediatra revela queixas frequentes de pais em tempo de pandemia

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[Fotografia: Istock]

Numa era pós-confinamento e com renova recomendação para o dever cívico de recolhimento, em regiões como Lisboa, é tempo de perceber o impacto que a reclusão teve nos mais novos. Ao Delas.pt, o pediatra Hugo Rodrigues revela quais os ecos mais comuns que tem recebido das famílias e no âmbito da sua prática clínica.

E se, “de um modo geral, do ponto de vista médico, as crianças andam bem” porque, refere o especialista, “têm estado mais em casa e ficam menos doentes”, há, porém, queixas mais frequentes e que se tornam mais evidentes idade escolar.

O rosto do site Pediatria para todos e que costuma ser presença assídua no programa vespertino da TVI, A Tarde é Sua, com Fátima Lopes, conta que “o maior desafio tem sido gerir o tempo de ecrãs“.

Um aumento que se deve “à necessidade das aulas à distância e também ao hábito que se foi criando durante o confinamento de haver mais tempo disponível para esse tipo de entretenimento“, justifica o autor de O Livro do Seu Bebé [Contraponto].

Há ainda uma segunda preocupação latente nos pais. “De forma transversal, tem havido também alguma preocupação relativamente à alimentação das crianças”, refere e distingue: “Podemos dividir essas preocupações em dois grandes grupos: crianças que comem demais e as que comem de menos“, explica.

No primeiro caso, explica o pediatra, “o maior problema está relacionado com as escolhas. E, se geralmente já é importante haver critério em relação ao que existe disponível em casa, nesta altura esse cuidado deve ser ainda maior. As crianças estão mais tempo em casa, pelo que vão comer mais e vão escolher os alimentos que estão disponíveis”. Por isso, prossegue, “o principal conselho é o de não ter em casa o que não se deve comer como doces, sumos, bolachas, snacks, etc.”

Quanto ao segundo grupo – os que demonstram perda de apetite -, Hugo Rodrigues vinca que “é importante perceber que o nível de atividade das crianças está muito diminuído, tal como o seu gasto de energia. Assim, as necessidades do organismo acabam por ser menores”.