O júri do tribunal do Condado de Fairfax, na Virgínia, nos Estados Unidos da América, acaba de condenar a atriz Amber Heard por difamação contra Johnny Depp.
O coletivo, após horas de deliberação, considerou esta quarta-feira, 1 de junho, que o texto em que se apresentou vítima de violência doméstica e sexual por parte do ator de Os Piratas das Caraíbas tinha conteúdo difamatório. Porém, indemnizações ficam à quem dos milhões exigidos e foram fixados em 15 milhões de dólares (13,9 milhões de euros) por danos punitivos e compensatórios.
Johnny Depp também terá de pagar. O ator irá desembolsar dois milhões de dólares (1,9 milhões de euros) a Amber Heard por difamação.
O processo surgiu de um artigo de opinião escrito por Heard e publicado no The Washington Post em dezembro de 2018, no qual ela se descreve como uma “figura pública que representa a violência doméstica” e conta como foi assediada pela sociedade após as denúncias de agressão que fez.
“Falei contra a violência sexual e tive de enfrentar a ira cultural. Isso tem que mudar”, dizia no artigo.
A atriz não cita em nenhum momento Depp, com quem foi casada de 2015 a 2017. Mas o ator processou-a por difamação por ela ter insinuado que ele era o agressor, num processo em que exige à vítima 50 milhões de dólares (cerca de 45 milhões de euros) em danos. “A insinuação de que o Sr. Depp é um agressor de violência doméstica é categoricamente e comprovadamente falsa. O Sr. Depp nunca abusou da Sra. Heard”, lê-se no processo movido pelo ator e citado por agências noticiosas.
Depp acusa Heard de procurar “publicidade positiva para si mesma” antes do lançamento do filme Aquaman, no qual ela teve um papel de protagonista.
Heard apresentou um contraprocesso e pediu 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) em indemnização. Ela diz que sofreu “violência física desenfreada e abuso” às mãos de Depp. “O processo superficial que o Sr. Depp moveu contra a Sra. Heard mantém esse abuso e assédio”, diz o processo.
A partir de 2016, Heard entrou com uma ordem de restrição contra Depp por alegações de abusos. O divórcio foi finalizado em 2017.
Depp perdeu um caso em Londres no qual ele processou o tabloide The Sun por o ter retratado como um “agressor de mulheres”. Em março passado, o pedido de apelação foi negado. Este julgamento trouxe para a luz do dia detalhes sobre o relacionamento explosivo do casal, incluindo a batalha de Depp contra as drogas e o álcool.
