Amnistia Internacional retira prémio a Aung San Suu Kyi

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A Amnistia Internacional vai retirar a Aung San Suu Kyi o prémio Embaixadora de Consciência, o mais importante galardão atribuído pela organização de direitos humanos. A decisão foi anunciada à líder de Myanmar, numa carta enviada, este domingo, 11 de novembro, pelo secretário-geral da Amnistia Internacional, Kumi Naidoo.

Em causa está a perseguição e as atrocidades contra a minoria muçulmana rohingya, pelo exército de Myanmar.

“Como Embaixadora de Consciência da Amnistia Internacional, a nossa expectativa era que continuasse a usar a sua autoridade moral para falar contra a injustiça onde quer que a visse, e não menos importante na própria Myanmar”, escreve Kumi Naidoo, na missiva enviada à Nobel da Paz de 1991.

Na mesma carta, o secretário-geral da organização internacional de defesa dos direitos humanos afirma que a Amnistia está “profundamente desolada que [Aung San Suu Kyi] já não represente um símbolo de esperança e coragem e a eterna defesa dos direitos humano. A Amnistia Internacional não pode continuar a justificar a atribuição do prémio de Embaixadora de Consciência [que lhe foi feita] e por isso, com grande tristeza, estamos pela presente retirando-lhe o mesmo. Iremos anuncia-lo publicamente a 13 de novembro”.

De acordo com os dados da Amnistia Internacional, no último ano as forças armadas birmanesas mataram milhares de pessoas, violaram mulheres e raparigas, torturaram homens e rapazes e queimaram centenas de casas e arrasaram aldeias. Mais de 720 mil pessoas da comunidade rohingya refugiaram-se no Bangladesh. A ONU pediu que os militares envolvidos naquilo que já classificou tentativa de genocídio fossem investigados e acusados desse crime.

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