Amor ou vício: Até onde pode chegar uma relação e quais os limites?

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[Fotografia: Pexels/Neosiam]

Ter alguém especial é uma experiência avassaladora. Ouvir o nome e sentir “borboletas” ou a atração ser tão grande que é quase impossível de controlar, são sentimentos muito fortes.

O problema surge quando o interesse amoroso se apodera da mente, dominando os pensamentos, emoções e ações sobre tudo o resto.

Apaixonar-se é uma experiência naturalmente viciante

A esmagadora experiência emocional, fisiológica e psicológica de se apaixonar pode ser tão profunda que pode acabar por se sentir viciada no companheiro. Segundo Cortney Warren, psicóloga clínica especializado em vícios, “apaixonar-se está associado à estimulação de uma parte do cérebro associada à sobrevivência, conhecida como via de recompensa dopaminérgica”.

Assim, quando está apaixonada é natural que o foco seja o amante, quase como se de um vício se tratasse – pensa constantemente nele, deseja intensamente estar com ele, sente-se eufórica quando está perto dele e sente a mente 100% focada em agradá-lo.

A verdade é que muitos estudiosos afirmam que o processo natural da paixão é biologicamente projetado para se sentir viciada no parceiro.

Porém, isto não é uma afirmação negativa. Se está a viver um relacionamento saudável, sentir-se viciada na pessoa que está ao seu lado não parece uma coisa do outro mundo. Muito pelo contrário, pode ser uma experiência mágica. Os problemas apenas emergem e começam a tomar outras proporções quando o parceiro não a quer de volta ou a relação está fragilizada. Nesse momento, o vício pode colocá-la num ciclo prejudicial de sintomas dolorosos que prejudicam a qualidade de vida e o bem-estar geral.

Quando é que sentir-se viciada começa a ser prejudicial?

Embora não esteja clinicamente comprovado, o “vício do amor” é um termo que descreve um padrão de sintomas nocivos que se concentram em torno de um interesse amoroso atual ou anterior e causam consequências negativas na vida de uma pessoa.

De entre os sintomas mais comuns estão o facto de pensar obsessivamente no companheiro, desejar contacto permanente com o amante, mesmo que isso condicione a sua vida, e sentir-se angustiada por causa do papel que o amante desempenha na sua vida.

Outras linhas vermelhas elencadas pelos especialistas estão a forma incorreta de agir para se sentir próxima da cara-metade ou chamar à atenção ou distrair-se da discórdia no relacionamento de maneiras pouco saudáveis, como beber demais ou agir impulsivamente. Elementos a que se juntam a sensação de se sentir presa ao companheiro.

Apaixonar-se é uma das experiências mais inebriantes que podemos ter. No entanto, se o relacionamento terminar ou estiver a namorar alguém que não é saudável, estar apaixonada pode atirá-la para uma espiral descendente de sintomas negativos que prejudicam gravemente a sua vida.