Ana Cristina Silva vence prémio literário Fernando Namora

ana cristina silva

O romance A noite não é eterna, de Ana Cristina Silva, venceu por unanimidade o Prémio Literário Fernando Namora, com o valor pecuniário de 15 mil euros, anunciou a Estoril-Sol esta segunda-feira, 23 de outubro.

Em ata, à qual a agência Lusa teve acesso, o júri salienta que o décimo romance de psicóloga e professora trata-se de “uma obra que se articula a partir da realidade social, política e humana das crianças romenas, e das suas famílias, no período da ditadura de Nicolae Ceausescu“, na Roménia.

O júri realça que o romance é “uma belíssima composição narrativa com linguagem sóbria e cuidada, que valoriza em particular a narrativa de um drama pungente, num quadro político sufocante e obsessivo”. “É uma história construída sobre os labirintos da tirania”, remata. O prémio – que no ano passado foi entregue a Afonso Cruz, com o romance Flores – ainda não tem data de entrega.


Ana Margarida Carvalho foi distinguida com o prémio romance e novela APE


Professora e psicóloga, Ana Cristina Silva é natural de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, onde reside, lecionando sobre a psicologia da linguagem.

A autora especializou-se na área da aprendizagem da leitura e escrita, tendo desenvolvido investigação no domínio das aquisições precoces da linguagem escrita, ortografia e produção textual. Mariana, todas as cartas é o título do livro que marcou a sua estreia literária, em 2002.
A autora tinha sido, em 2011, finalista do Prémio Literário Fernando Namora com o romance Cartas Vermelhas, eleito livro do ano pelo semanário Expresso. Em 2012, a escritora foi finalista do Prémio SPA/RTP, com o romance Rei do Monte Brasil, vencedor do Prémio Urbano Tavares Rodrigues. No plano académico, tem obra científica dispersa por jornais e revistas especializadas, em Portugal e no estrangeiro.

2017: “Ano literário de vincada qualidade”

O júri, presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, reconheceu “um outro ano literário de vincada qualidade” e registou “com muito apreço” uma lista de finalistas votados como os romances concorrentes O homem que escrevia azulejos, de Álvaro Laborinho Lúcio, Karen, de Ana Teresa Pereira, Estoril – um romance de guerra, de Dejan Tiago Stankovic, O Meças, de J. Rentes de Carvalho, e Eu sou a árvore, de Possidónio Cachapa, segundo a Estoril-Sol.

Além de Guilherme d’Oliveira Martins, o júri desta 20.ª edição do Prémio Literário Fernando Namora foi composto por José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual, e por Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril-Sol.

CB com Lusa

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