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Anna Westerlund fala pela primeira vez de Pedro Lima e alerta para a saúde mental

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A ceramista falou pela primeira vez sobre a morte do marido, o ator Pedro Lima, em junho do ano passado. Em entrevista a Manuel Luís Goucha, esta terça-feira, 13 de setembro, Anna Westerlund falou da depressão e não poupou nas palavras para descrever o que se terá passado com o companheiro na trágica madrugada de 20 de junho. Uma conversa que passou pelo amor que viveu com o ator e pela forma como se encara a viuvez e se caminha depois desta perda.

A Goucha, na TVI, Anna Westerlund vincou a importância de discutir a saúde mental. Afinal, revelou que Pedro Lima entrou numa “depressão galopante, violenta e rápida”. Ao detalhe, a ceramista vincou que “apesar de o Pedro ser acompanhado por um psicólogo e um psiquiatra, tudo ser por telefone possa não ter ajudado”. Anna crê que a pandemia possa ter criado aquilo a que chamou “tempestade perfeita” para uma fragilidade que já era “prolongada”.

A viúva do ator conta que Pedro Lima era “um homem feliz, mas com sombras”. “Com coisas complexas, inseguranças É importante percebermos este ponto em que a pessoa não escolhe estar deprimida”, acrescentou, não poupando nas palavras e na luta que tem vindo a abraçar desde o desaparecimento do ator: “Dizemos que a pessoa se suicidou. Eu digo que o Pedro morreu de suicídio, porque o suicídio é uma consequência de uma doença mental. Preocupamo-nos muito com a saúde física”.

A Goucha, Anna comparou a patologia a um cancro. “Quando falamos dele percebemos que falamos de saúde física, quando falamos de depressão é mais complexo e socialmente não há uma prevenção como há para a saúde física”, alertou.

O papel da medicação ou a decisão súbita de por termo à vida foram também matérias abordadas nesta entrevista a Manuel Luís Goucha. “Dias antes falámos disso [do risco de por termo à vida], se ele pensava nisso. Ele respondeu-me olhos nos olhos que não, e eu acreditei”. “Mas o amor não salva tudo”, sublinhou.

Olhando para trás e para a decisão, a viúva do ator diz não estar “zangada”, prefere falar de Pedro Lima no presente e olhar para o que tem por construir com os quatro filhos que têm em comum: Ema, Mia, Max, e Clara. “A morte do Pedro foi trágica, foi uma surpresa e a forma como foi ainda está associada a tabu e vergonha. Em casa nunca houve espaço para vergonha, houve espaço para perceber. O pai está de tal forma estruturado neles que ninguém lhes tira isto. Não há nada, nem a forma como o Pedro partiu, que ponha em causa o quanto gostava deles”, afirmou.

Na sua conta de Instagram, Anna Westerlund volta a tocar no ponto sensível da saúde mental e usa a imagem da entrevista com Goucha para voltar a explicar como se pode prevenir este estado limite. “Como é que podemos prevenir o suicídio se não podemos falar de suicídio? Em média a cada dia em Portugal 3 pessoas morrem de suicídio. É a principal causa de morte em crianças e jovens adultos. Prevê-se que num futuro próximo a depressão seja a doença mais incapacitante do mundo”, escreveu a ceramista, agradecendo a Goucha a possibilidade de trazer este tema para o debate público.

 

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Veja abaixo os contactos úteis de apoio em matéria de saúde mental recomendados pela Direção-Geral de Saúde e a que pode recorrer ou encaminhar alguém

SOS VOZ AMIGA

Horário: Diariamente das 15:30 às 00:30
Contacto Telefónico: 213 544 545 | 912 802 669 | 963 524 660

CONVERSA AMIGA

Horário: 15:00 – 22:00
Contacto Telefónico: 808 237 327 | 210 027 159

VOZES AMIGAS DE ESPERANÇA DE PORTUGAL

Horário: 16:00 – 22:00
Contacto Telefónico: 222 030 707

TELEFONE DA AMIZADE

Horário: 16:00 – 23:00
Contacto Telefónico: 222 080 707

VOZ DE APOIO

Horário: 21:00 – 24:00
Contacto Telefónico: 225 506 070
Email: sos@vozdeapoio.pt