A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) pronunciou-se esta terça-feira, 24 de outubro, sobre a polémica gerada entre a colaboradora e o empresário em torno do decreto-lei que deverá prever apoio de subsídio de desemprego a vítimas de violência doméstica. A APAV vinca que opiniões pessoais não vinculam a associação, que é pelo exercício da liberdade de expressão e que não debate estes temas nas redes sociais.
Recorde-se que, Ricardo Martins Pereira, empresário e ex-marido de Ana Garcia Martins, “A Pipoca Mais Doce”, escreveu sobre o anúncio da aprovação de subsídio de desemprego a quem é vítima de violência doméstica, destacando: “Querem ver os números da violência doméstica a disparar em 3,2,1…”. As palavras do empresário mereceram uma atenção especial por parte de Raquel Segadães, responsável do departamento de comunicação da APAV. No LinkedIn, Raquel a funcionária da APAV considerou que “este discurso é para lá de perigoso vindo de qualquer pessoa, mas acima de tudo de uma figura pública”.
Dias depois, através de um artigo de opinião, publicado na MAGG, o jornalista afirmou que “não conhecia a medida” em causa, “nem os seus contornos”: “Mas isso era irrelevante para o caso, porque o meu story não era sobre violência doméstica, mas sobre o fenómeno da criação de esquemas par se chegar a dinheiro a que não se tem direito“.
A associação vem a terreiro nesta polémica considerando que “as posições assumidas por uma colaboradora da APAV, Raquel Segadães, na sua página pessoal na rede social LinkedIn, vinculam apenas a própria e não a APAV, uma vez que foram manifestadas em nome individual e em nenhum momento em representação da Associação”.
Posteriormente, a Associação considerou: “Reconhecendo a liberdade de expressão – incluindo a liberdade para opinar, para discordar, para satirizar, entre outras – como um direito fundamental, desde que exercido no respeito pela legalidade, a APAV tem como princípio debater as questões relevantes para a promoção dos direitos das vítimas de crimes nos momentos e nos locais próprios, não sendo consequentemente prática da Associação participar em discussões nas redes sociais”.
Para terminar, a Associação frisou que a “violência doméstica continua a ser um problema gravíssimo em Portugal e é fundamental o envolvimento do Estado e de toda a sociedade para a erradicação deste flagelo“.