Após invasão de Brasília, democrata norte-americana pede corte dos EUA a refúgio a Bolsonaro

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[Fotografia: Nathan Howard / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP]

O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, considerou “escandalosa” a violência de apoiantes do anterior chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, que invadiram este domingo, 8 de janeiro, as sedes dos poderes legislativo, executivo e judicial do Brasil.

Esta foi a primeira reação direta do Presidente dos EUA, no Texas, depois de centenas de apoiantes de Jair Bolsonaro terem invadido e vandalizado o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

Na rede social Twitter, o líder norte-americano também condenou “o ataque à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil”. “As instituições democráticas do Brasil têm o nosso apoio total e a vontade do povo brasileiro não pode ser minada. Desejo continuar a trabalhar” com o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, transmitiu ainda Joe Biden.

A deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez defendeu, na rede social Twitter, que os Estados Unidos devem “deixar de garantir refúgio a Bolsonaro na Florida”.

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro partiu para os EUA em 30 de dezembro, dois dias antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva como chefe de Estado, faltando à cerimónia em Brasília, que incluiria a entrega da faixa presidencial ao seu sucessor. Bolsonaro teria viajado para a Florida para se instalar num resort do ex-presidente norte-americano Donald Trump, a convite deste.

“Quase dois anos depois de o Capitólio norte-americano ter sido atacado por fascistas, vemos movimentos fascistas no estrangeiro tentarem fazer o mesmo no Brasil. Devemos manter-nos solidários com Lula da Silva e o seu Governo eleito democraticamente”.

Os manifestantes, que furaram as barreiras de proteção da polícia, pedem uma intervenção militar para derrubar o Presidente Lula da Silva, uma semana após a sua tomada de posse. O Presidente brasileiro decretou a intervenção federal em Brasília e a Polícia Militar conseguiu, entretanto, recuperar o controlo da sede do STF. Lula da Silva prometeu que todos os responsáveis pelas invasões serão punidos.

Um ministro e um deputado brasileiros denunciaram que apoiantes do ex-Presidente Jair Bolsonaro roubaram armas de fogo, guardadas no palácio presidencial em Brasília, aquando da invasão, no domingo, das sedes dos três poderes do país.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência brasileira, Paulo Pimenta, mostrou dois estojos de armas de fogo vazios, em cima de um sofá parcialmente queimado no Palácio do Planalto, de acordo com um vídeo e fotografias divulgadas na rede social Twitter.

O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, reagiu nas redes sociais repudiando declarações “sem provas do atual chefe do executivo brasileiro”.

Anteriormente, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e o secretário de Estado, Antony Blinken, tinham expressado o apoio dos EUA às instituições democráticas do Brasil e condenado a violência.

Mais cedo, o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Douglas Koneff, condenou “veementemente” a invasão às sedes dos poderes brasileiro, considerando que se tratou de “ataques à democracia”.

com Lusa