App para ajudar mulheres migrantes vence maratona digital da Fundação Gulbenkian

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Telemóvel (Fotografia: Shutterstock)

A ‘Cura’, uma aplicação móvel que permite pôr em contacto, de forma anónima, as mulheres migrantes, com médicos voluntários venceu a segunda edição do ‘Hack for Good’, que decorreu no passado fim de semana, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

A maratona digital, uma iniciativa que pretende colocar a tecnologia ao serviço da resolução de problemas sociais e que é promovida pela Fundação, distinguiu o projeto que permite esclarecer questões de saúde, “recorrendo a imagens que ajudem na tradução e preservando o anonimato dos ‘pacientes’”, refere a nota de imprensa.


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O objetivo da app é criar uma rede de médicos voluntários credenciados para prestar apoio à população migrante, respondendo às suas dúvidas. A primeira amostra trouxe boas perspetivas para a sua utilização prática, já que só nas primeiras 15 horas da maratona digital, que durou dois dias, a ‘Cura’ conseguiu angariar dezenas de médicos voluntários.

Daniela Seixas, médica neurorradiologista e a porta-voz do grupo que criou a aplicação, explica que, apesar de esta se dirigir a todos os os migrantes, é especialmente vocacionada para mulheres porque “normalmente elas são o centro da saúde das famílias”.

A equipa que desenvolveu esta app, sem fins lucrativos, é totalmente feminina e composta por mulheres de diferentes áreas profissionais: três médicas, uma advogada, uma engenheira e uma designer de interfaces.

O grupo formou-se no arranque da maratona, com o apoio da comunidade “Portuguese Women in Tech”. Unidas pelo desejo comum de participar no ‘Hack for Good’, estas mulheres levaram para casa um prémio no valor de cinco mil euros, bem como licenças de acesso às plataformas Microsoft e IBM, entre outros benefícios na área da tecnologias.

Mais de 150 pessoas, com idades entre os 18 e os 55 anos, e distribuídas por 37 equipas, participaram nesta edição do ‘Hack for Good’, que teve o apoio do Alto Comissariado para as Migrações e do Techfugees.

A iniciativa vai ter uma terceira edição e a possibilidade de se estender a outras cidades do país, como Coimbra e Porto, anunciou a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, no encerramento do evento.

 

Imagem de destaque: Shutterstock