Aproveite a vitamina D sem comprometer a proteção da pele

A vitamina D é fundamental para a saúde humana e o sol é uma fonte importante. Mas a exposição direta à luz solar, sobretudo no verão, com os níveis mais elevados de radiação ultravioleta (UV), traz, por outro lado, riscos e efeitos nocivos para a proteção da pele, que se podem converter em problemas de saúde.

Se só 10% da vitamina D que obtemos é através da alimentação (veja como na galeria, em cima), e a restante através do sol e dos raios UVB, como se deve então proceder para não prescindir deste importante contributo para o organismo, sem comprometer a proteção da pele?

“Embora a nossa pele produza vitamina D quando exposta ao sol, não é por estarmos muitas horas ao sol que vamos produzir mais vitamina D. Ou seja, essa nossa capacidade é relativamente limitada”, explica ao Delas.pt, Sofia Magina, médica dermatologista e responsável pela Clínica de Dermatologia Prof.ª Sofia Magina, no Porto. Por isso, bastam “15 minutos”, usando uma “t-shirt e calções”, e dessa forma “expondo os braços e as pernas”, para a conseguir absorver. Esse é o tempo que leva, segundo a Sofia Magina, o corpo produzir o máximo de vitamina D num dia. “Não é por estarmos mais tempo expostos ao sol naquele dia que vamos produzir mais, linearmente, vitamina D”, sublinha.

Por outro lado, o período recomendado para que essa absorção seja eficaz é entre as 10h e as 16h, o mesmo em que os médicos e dermatologistas desaconselham a exposição, no verão e em alturas de maior calor, devido à alta radiação dos raios UV.

“A vitamina D é produzida através dos raios ultravioleta B que são aqueles que são mais intensos à hora de almoço, e a hora de almoço é uma hora a que nós, dermatologistas, achamos que as pessoas não devem expor-se ao sol pelo risco que tem, em termos de cancro de pele, de envelhecimento da pele ou de queimaduras solares”. “É verdade que é uma hora desaconselhada”, admite Sofia Magina, que, no entanto, refere que não é só naquele horário que é possível adquirir a vitamina D, apesar de constituir “o pico” para a sua absorção. “Se fizermos uma vida ao ar livre, fora desse horário conseguimos na mesma assegurar os níveis de vitamina D, no verão.”

E há ainda outra questão que a médica considera importante ressalvar e desmistificar e que tem a ver com o uso de protetor solar.

“Como os dermatologistas recomendam o seu uso então as pessoas põem protetor solar e pensam que já não produzem vitamina D e ficam muito preocupadas com isso. Isso também não é verdade, pela forma como pomos o protetor solar. Primeiro, nunca pomos no corpo todo, há sempre um pé, uma mão, um bocadinho da perna que fica de fora, e não estamos sempre a por de duas em duas horas”.

Ou seja, a quantidade aplicada normalmente, “confere um fator de proteção muito mais baixo do que aquele que está no rótulo”. Assim, conclui Sofia Magina, “não é por usarmos protetores solares que vamos diminuir a [produção] da nossa vitamina D”.

A síntese de vitamina D, bem como o limite de segurança da exposição solar, variam ainda de acordo com o tipo e cor de pele e idade de cada pessoa, entre outros fatores.

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