Argentina vacina rapazes de 11 anos contra o HPV

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A Argentina tornou, esta semana, obrigatória a vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) em rapazes de 11 anos. O HPV é a principal causa do cancro do colo do útero e a vacina é obrigatória para as raparigas, em muitos países, incluindo Portugal.

A medida agora anunciada pelo Ministério da Saúde, no âmbito da divulgação do calendário nacional de vacinação de 2017, vem tornar a sua administração aos rapazes obrigatória, gratuita e equiparada em termos de idade com a das raparigas.

Em 2013, já tinha sido aprovada para rapazes dos 9 aos 26 anos, mas até hoje era opcional. Agora o governo tornou-a obrigatória tanto para rapazes como para raparigas e em ambos aos 11 anos – sendo que as raparigas já a tomam com esta idade há seis anos.

Pela prevenção e pela igualdade de género
O Ministério da Saúde argentino explica esta convergência com o facto de ter como objetivo “avançar na diminuição da mortalidade das mulheres por cancro do colo do útero (efeito indireto) e prevenir nos homens outro tipo de infeções e de cancros associados a este vírus (efeito direto)”.

Além disso, o ministério defende que “a vacinação dos rapazes contribuirá para a igualdade de género”. “Sendo os homens tão responsáveis pela transmissão do HPV como as mulheres, ambos deveriam assumir o peso de reduzir o risco das doenças relacionadas com ele e, dessa forma, ter o mesmo acesso aos benefícios diretos da vacinação”, refere a nota publicada no site do Ministério da Saúde argentino.


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Plano Nacional ainda não abrange rapazes
Em Portugal, a vacina do HPV só é obrigatória para raparigas. Este ano, o Plano Nacional de Vacinação determinou a alteração da idade mínima para a sua administração dos 13 para os 10 anos de idade, mantendo-se o mesmo ciclo vacinatório: duas doses, com intervalo de seis meses.

O alargamento da vacina aos rapazes foi discutido há menos de um ano no parlamento português. Em abril de 2016, Bloco de Esquerda e Os Verdes apresentaram propostas para incluir o sexo masculino no plano de vacinação contra o HPV.

Essa inclusão é também defendida pela Sociedade Portuguesa de Pediatria, que, no seu plano para 2015 e 2016, refere, entre outras recomendações, o alargamento da vacina contra o HPV aos rapazes.

Países que se juntam à Argentina
O Brasil aprovou seu Plano de Vacinação para este ano a vacina para rapazes entre os 12 e os 13 anos e prevê alargar a idade mínima, gradualmente, até 2020, até atingir os nove anos.

A expectativa do governo brasileiro é imunizar mais de 3,6 milhões de rapazes, este ano, além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos portadores do vírus HIV.

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos da América recomenda a vacina para os rapazes aos 11 ou 12 anos, mas também refere que a administração da vacina contra o HPV, nos meninos, pode ser feita entre os 9 e os 13 anos de idade.

O vírus do papiloma humano não é apenas a causa da maioria dos casos de cancro do colo do útero, no homem pode provocar o cancro do ânus e do reto, do pénis e cancro oral.

Atualmente, a vacina HPV já é aplicada aos rapazes em países como Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico ou Panamá.

 

Imagem de destaque:Africa Studio/Shutterstock