As 10 281 razões que explicam por que o clitóris é tão sensível

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[Fotografia: Dainis Graveris/Pexels]

Investigadores contaram o número de fibras nervosas presentes no clitóris e a contabilidade indica mais de dez mil fibras nervosas, um número bastante acima do que as poucas estimativas anteriores disponíveis sugeriam.

Ao detalhe, esta primeira contabilização indica a presença de, em média, 10 281 fibras, num valor que pode ir das 9852 às 11 086 terminações. Por comparação, mesmo que a mão seja muito maior do que clitóris, o nervo que atravessa do punho à mão contém apenas 18 mil fibras nervosas.

Esta análise atualizada vem trazer luz mais definida sobre um órgão que tem múltiplas ramificações no resto do corpo humano e que pode ter implicações na cirurgia médica em intervenções relacionadas com a definição de género, mutilação genital, reparação do nervo clitoriano dorsal ou lesão cirúrgica.

Para lá da questão da médica, trata-se de um órgão do corpo feminino muito pouco estudado e muito importante no que diz respeito à sexualidade das mulheres.

Supersensível, o cliltóris é o órgão sexual produtor de prazer e que está localizado no ponto de convergência dos pequenos lábios. As ramificações nervosas são responsáveis por recolher e enviar sinais ao cérebro. Pode entender-se o clitóris como o equivalente feminino ao pénis, porém, tem sido muitíssimo menos estudado ao longo de séculos – e ainda hoje é.

Até ao momento, acreditava-se, com base em comparativos científicos de estudos em animais, que o clitóris humano teria cerca de oito mil fibras nervosas, contagem feita a partir de um estudo que recorreu ao estudo de exemplares extraídos de vacas, figurando os resultados num livro de 1976 e com o nome Clitóris.

Para tentar atualizar e corrigir os dados disponíveis, os cientistas da Health & Science, da Universidade de Oregon, estudaram amostras de tecidos do nervo dorsal do clitoris para tentar quantificar o número de fibras presentes naquele órgão sexual feminino.

As conclusões foram apresentadas numa conferência científica que teve lugar em final de outubro, organizada pela Sexual Medicine Society of North America e pela International Society for Sexual Medicine.