As incríveis personagens femininas que Saramago nos deixou

Em outubro de 1998, enquanto Portugal recupera da euforia da Expo 98, chegam da Academia Sueca notícias improváveis que lançam o país num novo êxtase coletivo. José Saramago recebia o Nobel da Literatura, o primeiro – e até agora único – para um escritor português e lusófono.

José Saramago nasceu em 1922, na aldeia de Azinhaga do Ribatejo. Publicou o seu primeiro livro, “Terra do Pecado”, em 1947, seis anos antes de concluir o romance “Claraboia”, publicado apenas após a sua morte. Foi responsável pelo catálogo da Editorial Estúdios Cor, desde o final dos anos de 1950, traduziu e fez crítica literária, antes de regressar à escrita em 1966, com “Os Poemas Possíveis”.

Entrou no Diário de Lisboa, em 1971, como editorialista, e no Diário de Notícias, em 1975, como diretor-adjunto. Em 1976 instalou-se na aldeia de Lavre, na região de Montemor-o-Novo, para escrever sobre “camponeses sem terra”. O projeto deu origem ao romance “Levantado do Chão”, publicado em 1980, que, de acordo com investigadores, estabeleceu “o modo de narrar” característico da ficção novelesca de José Saramago.

Até à morte, em 2010, Saramago construiu, com mais de 40 títulos que atravessam diferentes géneros literários, “uma obra determinante na literatura portuguesa e universal”, segundo os seus editores.

No ano de 2007 foi criada uma fundação com o seu nome, que trabalha pela difusão da literatura, pela defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, tomando como documento orientador a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Desde 2012, a Fundação José Saramago tem a sua sede na Casa dos Bicos, em Lisboa.

Ana Tomás com Lusa

Do livro inédito à sinfonia: os 20 anos do Nobel de Saramago

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